Câmara assina, esta terça-feira, protocolo para a criação de núcleo de intervenção. Há 151 pessoas sem-abrigo a viver no concelho.
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Há um novo e alarmante perfil a surgir entre quem está em situação de sem-abrigo em Gondomar. A maioria não é natural daquele concelho e das 151 pessoas que estavam, em 2022, a viver nesta condição, 17,9% “apresentam rendimentos acima de 650 euros”. Este novo perfil é destacado pelo trabalho de diagnóstico realizado no âmbito do projeto municipal “Acolher, Proteger, Incluir”. O documento será apresentado hoje no Multiusos de Gondomar, num seminário de discussão sobre o tema, que arranca às 9.30 horas. Durante a sessão, será assinado o protocolo de constituição do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo (NPISA) de Gondomar.
No diagnóstico realizado, destaca-se o aumento, no último ano, do número de pessoas em situação de sem-abrigo “que, apesar de terem recursos financeiros, não apresentam rendimentos suficientes para fazer frente às despesas, levando ao aumento de situações de endividamento, despejo, entre outros, ficando numa situação de desproteção habitacional”. Para a vereadora Cláudia Vieira, responsável pelo pelouro da Coesão Social da Câmara de Gondomar, esta realidade poderá ser o reflexo do fim da proibição de despejos imposta durante a pandemia de covid-19, mas acrescenta que, “tendo em conta os valores atuais praticados no mercado de arrendamento, compreende-se as dificuldades das famílias”.