Erosão costeira preocupa Salvador Malheiro e Alcides Alves aponta a "morte do empreendedorismo"
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Em Ovar, os candidatos do PS e PSD convergem na necessidade da construção de habitação e reabilitação da existente. Têm visões diferentes para o apoio à economia e a ação social, outras das prioridades elencadas.
Depois de uma governação socialista de 20 anos, Salvador Malheiro conseguiu, em 2013, conquistar a autarquia para o PSD, somando dois mandatos consecutivos com maioria absoluta. O autarca avança para o último mandato tentando segurar a maioria, enquanto o PS aposta em Alcides Alves, presidente da Junta de Freguesia de Esmoriz (1997-2009), para contrariar os parcos resultados obtidos pelos socialistas nas últimas duas autárquicas.
Estão também já anunciadas as candidaturas da CDU, com Carlos Ramos, professor de cursos técnico-profissionais, pelo BE, o arquiteto Ismael Varanda, e Mário Rui Natária pelo CDS-PP, funcionário da autarquia na origem de várias denúncias envolvendo suspeitas de irregularidades na Câmara. Há ainda a candidatura independente do antigo adjunto de Salvador Malheiro, Henrique Araújo, que deixou o cargo após divergências entre ambos. Avança com o Movimento 2030.
O atual presidente recandidata-se para "dar continuidade ao projeto iniciado em 2013 e melhorar a qualidade de vida das pessoas". A habitação é uma das principais bandeiras, com Salvador Malheiro a considerar necessário promover "habitação digna para todos, que não seja apenas a construção de bairros sociais".
A "neutralidade carbónica até ao final desta década" e tornar o município "mais empreendedor e empregador, mais inclusivo e socialmente justo" são outros dos objetivos enumerados.
A erosão costeira apresenta-se como o "principal problema do concelho". O candidato do PSD lembra que se tem "empenhado na concretização da solução técnica encontrada [os quebra-mares]", apesar de ser uma matéria que diz não ser da sua competência. Fala, ainda, na aposta de "cultura para todos" e na organização de "grandes eventos para atrair novos públicos".
Sobre o opositor lembra que, além do percurso socialista, "chegou a liderar a lista à Assembleia Municipal pelo BE". Lamenta, ainda, que a oposição socialista "não tenha tido uma postura mais construtiva".
O candidato do PS responde que as preocupações relacionadas com o concelho "estiveram longe das prioridades" de Salvador Malheiro. "Foram mais de caráter pessoal, com uma gestão de gerir e não de governar".
"O empreendedorismo está morto, não há zonas para atividades económicas, não temos terrenos para ceder a empresas", adianta Alcides Alves, para quem "sem habitações e emprego não há condições para desenvolver o município".
O candidato socialista diz que o município passa por uma situação económica "difícil", com "empresas em risco de falir, restauração num estado calamitoso e famílias a viverem em grande precariedade".
"Precisamos de reforçar as medidas de ação social e constituir um fundo de emergência de um milhão de euros para injetar na economia local de forma a dar alento a dezenas de comerciantes e muitas famílias".
Alcides Alves fala, ainda, na necessidade de ajudar "mais de 700 agregados que vivem em condições miseráveis e precárias".