Hélder Sousa: "A longo prazo, a VCI deve passar a ser uma rua ou uma avenida urbana"
O candidato do Livre à Câmara do Porto defende um plano que transforme, a longo prazo, a VCI numa avenida urbana. Hélder Sousa quer investir na integração dos imigrantes, reforçar as salas de consumo assistido e o policiamento de proximidade, além de propor a regulamentação dos alojamentos locais.
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Avançou com uma candidatura à Câmara do Porto com que objetivos eleitorais?
O objetivo político do Livre é mostrar que é possível ter uma cidade onde todas as pessoas têm liberdade para construir um vida com qualidade; uma cidade com habitação, onde se pode viver, trabalhar e construir comunidade; uma cidade com espaços públicos e comuns acessíveis a todas as pessoas, com cultura e que olha para os jovens como o principal motor do nosso futuro. Esta candidatura é, por isso, um projeto coletivo para a mudança da cidade. Queremos fazer parte de uma solução de governo para a cidade e para as freguesias que se comprometa com um programa progressista e ecologista que dá esperança e que pensa no futuro. E o futuro começará com o Livre representado em todos os órgãos da autarquia, na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal e em todas as Assembleias de Freguesia.
Um dos principais problemas da ccidade é a questão da VCI. Que propõe para se reduzir o trânsito naquela via?
A mobilidade é algo muito mais vasto do que a gestão de trânsito, e não pode ser abordada sem ter em conta o problema da habitação, que está a empurrar as pessoas para fora da cidade onde trabalham todos os dias. A Via de Cintura Interna (VCI) é uma cicatriz no território e uma barreira que corta a cidade; é também um foco de poluição que afeta muitos milhares de pessoas. Para resolver todos estes problemas associados à VCI é necessária uma abordagem integrada e de longo prazo. Podemos começar por pensar em minimizar os efeitos da VCI: criar ligações que reduzem as barreiras entre partes da cidade, criar mais espaços verdes nos nós de acesso para minimizar os efeitos das emissões de CO2, podemos criar corredores bus dedicados, e outras intervenções que "suavizem" esta autoestrada. Mas devemos, acima de tudo, pensar que, a longo prazo, a VCI deve passar a ser uma rua ou uma avenida urbana, com árvores, passeios, ciclovias e mais autocarros ou elétricos do que automóveis individuais. Devemos imaginar que, em duas décadas, é possível que a VCI não exista na dimensão atual, e que os seus nós e extensos espaços mortos serão ocupados por novas habitações públicas, jardins e edifícios de serviços. Para isso é preciso criar alternativas para as pessoas que diariamente precisam de entrar na cidade de automóvel individual: continuar a extensão do metro na Área Metropolitana, em particular para a Trofa, Gondomar; completar a linha de Leixões, reformular a rede UNIR. E, além disso, defendemos que o investimento na Linha de Alta Velocidade, na nova estação e em todas as infraestruturas associadas deve ser aproveitado para dar início a este projecto, sempre em diálogo com as populações afetadas pelas intervenções.