Heliporto do Hospital de São João permitirá transportar em drones órgãos para transplante
Projeto do Hospital de São João contempla um centro tecnológico sob a plataforma de aterragem de helicópteros
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Para além de proporcionar uma ligação direta por helicóptero ao hospital, o heliporto que está a ser construído no São João vai ter sob a plataforma de aterragem uma zona de tecnologia de emergência médica onde o transporte de órgão poderá ser feito por drones.
O heliporto do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) vai entrar em funcionamento dentro de um ano e, além de proporcionar o transporte rápido de doentes em estado grave à urgência da unidade de saúde, proporcionará também a entrega de órgãos para transplante de uma forma mais célere e eficaz.
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Esta nova possibilidade foi destacada ontem de manhã na apresentação do projeto do heliporto realizada no hospital e que contou com a presença dos autarcas do Porto, Maia e Valongo, do presidente da CCDRN, do bispo auxiliar de Lisboa, Américo Aguiar, de responsáveis pela ANAC (Autoridade Nacional da Aviação Civil), da E-Redes, do 4-LifeLab, do CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento) e do INEM.
O presidente do Conselho de Administração do São João, Fernando Araújo salientou a importância financeira da comparticipação dos fundos comunitários e o emprenho dos três autarcas que chegaram mesmo a ponderar custear a obra orçada em 1,7 milhões de euros.
O heliporto ficará assente numa plataforma com seis metros de altura, de forma a que o movimento das pás das aeronaves não interfiram com a circulação de ambulâncias e peões. O hospital está ainda a articular com a E-Redes o desvio de linhas de alta tensão próximas. Após a aterragem, os doentes são transportados para a urgência geral através de uma manga e de um elevador, que proporcionarão conforto e um rápido acesso aos cuidados médicos.
Sob a plataforma ficará situada a zona tecnológica, um "hub" de mobilidade vertical em urgência, no âmbito do 4LifeLab, com o apoio do CEiiA, que irá promover o desenvolvimento de tecnologia médica, no contexto da Zona Livre Tecnológica criada recentemente para a mobilidade aérea avançada em emergência médica. Será aqui que será estudada a possibilidade de transporte de órgão através de drones.
Moreira quer desfibrilhadores
O presidente da Câmara do Porto aproveitou a apresentação do projeto do heliporto para sugerir ao INEM a criação de uma rede de desfibrilhadores a implementar em diversos espaços públicos da cidade, à semelhança do que acontece em estádios de futebol, centros comerciais e salas de espetáculo. Rui Moreira apontou ainda para a importância de ações de formação para capacitar os cidadãos.