<p>A igreja de Ermelo, Mondim de Basto, foi pequena para acolher as centenas de pessoas que hoje quiseram prestar a última homenagem a Maximino Clemente, morto a tiro em plena assembleia de voto.</p>
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O olhar triste e a consternação estamparam os rostos dos familiares, amigos, vizinhos, apenas conhecidos, agentes da guarda republicana ou até forasteiros que hoje rumaram até àquela aldeia instalada na serra do Alvão para participarem nas cerimónias fúnebres do militar reformado da GNR.
Maximino Clemente, 57 anos e pai de seis filhos, foi assassinado no domingo, em plena assembleia de voto, alegadamente pelo candidato do PS à junta de freguesia de Ermelo, António Cunha.
A vítima era o marido da actual presidente de junta e recandidata ao cargo, Glória Nunes, e integrava ainda a lista do PSD à Assembleia Municipal de Mondim de Basto.
Os presentes fizeram questão de destacar o "coração enorme" e a "bondade" de Maximino Clemente.
O padre Américo conduziu a homilia onde destacou a "tragédia" que assolou a freguesia e que ficará na memória" dos seus habitantes e futuras gerações.
"Este trágico acontecimento fica profundamente gravado na nossa memória e dificilmente será apagado", salientou.
O pároco referiu ainda que Maximino deixa um "lugar vazio" em Ermelo, enaltecendo a sua bondade no socorro de pessoas e respondendo às suas necessidades mais prementes.
"Tinha sempre disponibilidade para socorrer os mais carenciados e com os seus próprios meios", sublinhou.
O sacerdote deixou o desafio para que a sua "obra tenha continuação" e terminou com um apelo: "não sejamos carrascos de nós mesmos".
Dois dias depois do crime, as autoridades prosseguem as investigações para apurar o paradeiro do suspeito.