Hospital de Braga dispensou 48 enfermeiros e 19 auxiliares de saúde, mas vai ter de contratar para este inverno

Hospital de Braga já foi gerido por privados e o Governo quer retomar o modelo
Foto: Arquivo
A Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga dispensou 48 enfermeiros e 19 auxiliares de saúde, mas vai necessitar de contratar profissionais para responder ao plano de contingência de inverno. A Comissão de Utentes da ULS de Braga considera "inadmissível" a decisão da administração do hospital e acusa-a de criar condições para a entrada de uma gestão em parceria público-privada.
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O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) anunciou, esta quinta-feira, que 40 enfermeiros com vínculo temporário deixaram de exercer funções na ULS de Braga, depois de terem cessado o contrato no final de setembro. Mas, segundo confirmou a administração do Hospital de Braga ao JN, foram dispensados, no total, 48 enfermeiros e 19 auxiliares.
Também a Comissão de Utentes da ULS de Braga considera "inadmissível" a decisão da administração do hospital bracarense, em não renovar os contratos, quando "os profissionais de saúde, são obrigados a suportar longas jornadas de trabalho devido à falta de contratações".
Além disso, a Comissão de Utentes acusa a administração do hospital de enfraquecer o Sistema Nacional de Saúde e de criar condições para a entrada de uma parceria público-privada. "Em vez de reforçar os serviços, a administração opta por degradar as condições de trabalho e de atendimento, enfraquecer o SNS e criar condições para justificar a entrada da PPP [parceria público-privada], já conhecida pelas suas consequências negativas", afiançou.
Novas contratações
O JN sabe que a administração hospitalar tem em vista a contratação de profissionais de saúde, para reforçar as equipas durante o inverno, cujos concursos deverão ser lançados brevemente.
Tal como o JN noticiou, o conselho de administração do hospital bracarense assegurou que "não recebeu qualquer diretriz ou orientação do Ministério da Saúde e da ACSS para suspender processos de celebração de contratos a termo certo". E, salientou que os contratos dos profissionais em causa foram celebrados no âmbito do plano sazonal de verão.
