O Hospital de Guimarães foi multado, quinta-feira, na sequência de uma descarga de nafta para a ribeira de Couros, o curso de água que atravessa a cidade, que esteve durante dois dias com um intenso cheiro a combustível. A administração do Hospital confirma a auto da GNR e justifica que a descarga decorreu de uma fuga acidental que foi logo reparada.
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Quem passou pela zona do Hospital de Guimarães e do GuimarãesShopping na quarta-feira e na quinta-feira ter-se-á apercebido do intenso cheiro a combustível proveniente da ribeira de Couros. O curso de água seguia contaminado por nafta, um derivado do petróleo altamente poluente que resultou numa multa para o Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães.
Ao JN, fonte oficial do Comando Territorial de Braga da GNR confirmou a instauração do auto: "A GNR teve conhecimento, a equipa foi ao local, detetou a origem da descarga e elaborou o respetivo auto de notícia por contraordenação ambiental que será enviado à entidade competente". A entidade competente é a Agência Portuguesa do Ambiente.
O Hospital Senhora da Oliveira Guimarães (HSOG) também confirma que "houve uma fuga acidental de combustível (nafta) de um dos geradores de vapor para o circuito de condensados, por rotura de um permutador". O HSOG assegura que "assim que detetado o derrame foi encerrado o circuito do gerador, contendo assim a fuga, e procedeu-se, de imediato, à remoção e limpeza do combustível na caixa de drenagem". De seguida, acrescentam, "procedeu-se à limpeza de toda a rede de águas pluviais".
Os resíduos da nafta e o intenso cheiro que dela emanava foram percetíveis por todos os cidadãos que passaram na zona do Hospital de Guimarães e GuimarãesShopping não apenas durante um dia, mas sim durante os dias 12 e 13, quarta e quinta-feira, tendo começado no dia 12 de manhã e terminado ao final da tarde do dia 13. Na zona da horta pedagógica de Guimarães, a jusante da descarga, esta sexta-feira ainda se sentia o cheiro químico, ainda que com menor intensidade.
Aviso oficial à GNR demorou um dia
Fonte oficial do comando territorial de Braga confirmou ao JN que só recebeu informação oficial da descarga poluente no dia 13, ou seja, um dia depois da descarga ter ocorrido: "A GNR foi informada pela Câmara Municipal de Guimarães no dia 13, de manhã".
O JN sabe que essa comunicação só foi feita depois dos técnicos de limpeza se terem apercebido da presença da GNR nas imediações do Hospital, no dia 13 de manhã. Nesse dia, a equipa da GNR identificou a origem da descarga através do rio, seguiu o curso da poluição que naquele dia ainda era visível e respirável, tendo acabado por chegar ao Hospital. Ali, já estavam técnicos de duas empresas municipais, incluindo os guarda-rios, e do Hospital a proceder à limpeza da zona onde ocorreu a descarga. Só nesse momento, apurou o JN, é que ocorreu o aviso oficial.
O Hospital confirma que contou com o apoio da empresa municipal Vimágua na "limpeza e recolha de combustível de toda a rede de descarga de águas pluviais", o que se pressupõe que seja no dia 12, já que a situação "ficou rapidamente resolvida", garantem. Já a câmara referiu ao JN que informou a GNR apenas no dia 13, "aquando da perceção, pelo funcionário afeto à Horta Pedagógica, da existência de manchas no ribeiro": "Informamos o SEPNA e segundo comunicação deles, foi efetuado o registo na linha SOS Ambiente". A comunicação, adianta o município, "foi também dada à APA".

