O primeiro-ministro, José Sócrates, foi ontem a Lamego lançar a primeira pedra do novo hospital. Vai servir 375 mil habitantes e custará 41 milhões de euros. De passagem, visitou as obras do Túnel do Marão.
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O novo Hospital de Lamego é uma reivindicação de décadas. Até Sócrates reconheceu que "já não era sem tempo", visto que actual unidade hospitalar foi construída há 129 anos. O autarca lamecense, Francisco Lopes, frisou que "não era este o projecto que há quatro anos estava pronto para ser adjudicado", mas logo o primeiro-ministro explicou que teve de ser alterado "em benefício de uma maior modernidade". É que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é agora "mais exigente e mais sofisticado". Francisco Lopes dá-lhe o "benefício da dúvida" e aceita "correr o risco", lamentando que o internamento não esteja previsto.
Sócrates associou-se à alegria lamecense pelo arranque da obra, a que deu "importância nacional". Vai "inaugurar um novo conceito de hospital de proximidade", no âmbito do investimento do Governo no SNS, a comemorar 30 anos de existência, e que Sócrates classificou como "importante para a igualdade, equidade e dignidade da vida humana". O objectivo do novo tipo de hospitais é aproximar a prestação de cuidados de saúde diferenciados aos cidadãos e melhorar os indicadores de eficiência.
O Hospital de Lamego vai estar, essencialmente, vocacionado para o serviço de ambulatório e vai receber todo o apoio necessário (especialistas de várias áreas e alguns recursos) do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, sediado em Vila Real, ao qual ficará ligado. Por outro lado, vai enviar-lhe os doentes que precisem de intervenções clínicas mais complexas e que tenham de ser internados.
"Agora só resta esperar que tudo corra bem", murmurava Sócrates no acto de assinatura dos documentos selados sob a primeira pedra da unidade de saúde, situada mesmo à entrada da cidade de Lamego, perto da Auto-estrada nº 24. Francisco Lopes lembrou a José Sócrates que a cidade "precisa de um novo centro de saúde", pois o que existe "não é adequado".
E uma vez que o hospital vai servir vários municípios do Douro Sul, o autarca lamecense recordou ao primeiro-ministro que "falta uma boa ligação entre os concelhos". E aqui entra a construção do Itinerário Complementar nº 26 de que se fala há anos e que na óptica de Francisco Lopes "é fundamental para ligar a região ao IP2. "Nem é preciso uma auto-estrada, apenas a substituição da actual Estrada Nacional nº 226 por uma via que permita uma circulação confortável", sublinhou.
Sócrates aproveitou a passagem por Trás-os-Montes e Alto Douro para visitar as obras de construção do Túnel do Marão. Trata-se do maior túnel rodoviário da Península Ibérica e tem uma extensão de 5665 metros. Fará a ligação entre a auto-estrada nº 4, em Amarante, e a auto-estrada transmontana, que vai ser construída entre Vila Real e Bragança.
Neste momento já estão a ser escavados os canais do túnel que, segundo o primeiro-ministro "vai salvar vidas". Lembrou que ao longo dos últimos tempos, em média, morreram 24 pessoas por ano, entre Amarante e Bragança, enquanto circulavam no IP4.
O Túnel do Marão dá emprego a 1100 pessoas e oportunidade de negócio a 88 empresas.