Utentes da Urgência já podem designar acompanhante, que passa a receber informação no telemóvel sobre a evolução médica do familiar ou amigo. Hospital quer alargar sistema ao internamento.
Corpo do artigo
Quem for acompanhar um doente que vá ficar internado no Hospital de S. João, no Porto, na sequência de uma cirurgia programada, poderá vir a conseguir rastrear o processo do familiar ou amigo através de sms enviadas pelo próprio hospital para o seu telemóvel.
O sistema foi implementado há cerca de ano e meio, ainda antes da pandemia, e tem sido aplicado no serviço de Urgência daquela unidade hospitalar. Quem já tiver instalado a aplicação "My São João" no telemóvel, - e estiver designado como acompanhante de um doente -, recebe as notificações automaticamente.
O próximo objetivo, revelou Maria João Campos, diretora do Serviço de Sistemas e Tecnologias de Informação e Comunicação do Hospital de S. João, é aplicar o sistema aos internamentos programados. O projeto piloto está a ser desenhado no serviço de Ortopedia e está a cerca de duas semanas de começar a ser testado, revela Maria João.
"À partida, são doentes que estão em lista de espera e são chamados para internamento para uma cirurgia. Aquilo que estamos a desenhar, do ponto de vista técnico, é que nesse momento, em casa, o doente já possa escolher, serenamente, quem vai ser o seu acompanhante. O que queremos é que possa escolher um ou mais", acrescenta a diretora do serviço, dando como exemplo famílias numerosas.
"Até porque toda a gente fica ansiosa e quer saber", recorda, reforçando que "quem decide [quem vai receber os avisos] é o doente". Isto aplica-se, salienta, tanto para decidir quem vai acompanhar como, por algum motivo, cancelar essa mesma decisão.
Acompanhar o processo
"O que está a ser desenhado é que, durante o internamento, o acompanhante é informado do local físico onde se encontra o doente: qual o serviço clínico físico, qual a cama - incluindo as possíveis mudanças de cama -, a ida e entrada no bloco operatório, saída para o recobro e regresso ao serviço clínico", explicou Maria João Campos.
O objetivo, sublinha Nélson Pereira, diretor da Unidade Autónoma de Gestão da Urgência e Medicina Intensiva, é "dar o máximo de informação possível aos familiares e acompanhantes e diminuir também a ansiedade durante o processo".
Os próximos passos serão alargar este sistema a todo o hospital, incluindo também os casos de cirurgias em ambulatório.