Aumento de casos de covid obriga hospital a "esticar" Urgências e a alargar enfermeira. Quase 34 mil casos na segunda-feira.
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O número de novas infeções diárias por SARS-CoV-2 continua em crescendo e, na segunda-feira, chegou quase às 34 mil. Com maior impacto no Norte, a sexta vaga está a pressionar o Hospital de S. João, no Porto, que está já a equacionar acionar o nível 3 do plano de contingência. O que, a acontecer, poderá afetar a atividade cirúrgica programada.
Ao JN, fonte oficial daquela unidade hospitalar revela que o gabinete de crise esteve esta terça-feira reunido, estando a "ser equacionada a ativação do nível 3 do plano de contingência". O nível máximo, o 4, nunca foi acionado. Decisão que "poderá ter implicações na atividade cirúrgica programada face à necessidade de alocar camas a doentes com covid".
Profissionais ausentes
Necessidade essa que, confirmam, obrigou já a alargar uma enfermeira para acomodar aqueles doentes. Atualmente, estão internados no S. João cerca de 80 doentes com covid. Acresce, frisa a mesma fonte, o facto de "imensos profissionais estarem ausentes" por terem contraído o vírus.
A pressão agrava-se também nas Urgências, que aumentaram já a área de atendimento. Ao JN, o diretor da Unidade Autónoma de Gestão de Urgência e Medicina Intensiva do S. João adianta que, no domingo, a positividade dos doentes que acorreram ao serviço com queixas respiratórias chegou aos 50%. "Nos últimos três dias, tivemos uma média de 122 doentes com queixas respiratórias a entrar na área covid", diz Nelson Pereira.
Voltando a alertar para uma "referenciação (sem sentido) de doentes com queixas ligeiras e auto-testes positivos". A meio da tarde de ontem, dos 40 doentes na área Covid das Urgências, "metade são verdes". Tudo somado, "torna a gestão logística do Serviço de Urgência um pesadelo".
Quase 24 mil casos
Refira-se que, na passada segunda-feira, contabilizaram-se 33 939 novas infeções por SARS-CoV-2. É o valor mais alto desde 8 de fevereiro. Neste momento, a média diária de casos a sete dias está nos 22500, numa subida de 58%.
Escalada que segue a maior ritmo no Norte. De acordo com dados do matemático Óscar Felgueiras, na semana passada a média diária de casos a sete dias naquela região subiu 85%, para os 8123, respondendo por 40% das novas infeções diárias. Na mesma linha segue o R, tendo ultrapassado os 1,3 no Norte, sendo o valor mais elevado deste ano.