Vinte e cinco anos depois de ser inaugurado, o Hospital de Pedro Hispano, em Matosinhos, vai entrar em obras de remodelação, durante dois anos, orçadas em cerca de 20 milhões de euros. O objetivo da intervenção nesta unidade, que serve também os concelhos de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim, é concentrar as áreas de saúde que se encontram dispersas pelos quatro pisos do edifício.
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Quando foi inaugurado, em março de 1997, o Pedro Hispano (que em 1999 passou a integrar a então criada Unidade Local de Saúde de Matosinhos - ULSM) surpreendeu pelo conceito inovador das suas instalações. Mas a evolução verificada no sistema hospitalar dos últimos anos colocou visível a desatualização de alguns procedimentos e áreas que hoje já não são tão necessárias, nomeadamente com o crescente aumento dos serviços prestados em ambulatório.
As alterações, realizadas durante a pandemia, de adaptação de áreas destinadas aos tratamentos e internamentos covid veio reforçar esta necessidade de modernização. Embora, como salienta o presidente do Conselho de Administração, António Taveira Gomes, "este seja um hospital onde as intervenções pontuais foram sempre feitas, primando a sua imagem pelo bom estado de conservação e limpeza".
As maiores alterações serão realizadas ao nível dos pisos 0 e -1, estando para arrancar a obra que anulará a rampa de acesso ao hospital, construído numa área elevada face à rua, e que hoje é um tormento para quem chega sozinho e tem dificuldades de mobilidade.
A solução encontrada foi projetar, desde a entrada, a partir da Rua do Doutor Eduardo Torres, um caminho em forma de Z, proporcionando desta forma um percurso mais fácil a quem acede ao átrio em cadeira de rodas. Na fachada exterior, colado ao átrio da entrada principal, nascerá ainda um elevador que ligará todos os pisos do edifício, a partir do -1. Aqui encontra-se já uma grande área nova onde funciona o laboratório.
No piso -1, a urgência será redesenhada para distribuir e encaminhar de forma rápida e eficaz os doentes que chegam em estado mais grave e a zona das consultas externas será expandida. Nesta ala ficará ainda a zona de ambulatório, dos tratamentos médicos que não carecem de internamento, e o espaço de medicina física e de reabilitação, que será uma das primeiras obras a avançar.
Neste piso, na área onde funcionou o arquivo, será feita a expansão do hospital de dia (onde se fazem, por exemplo, os tratamentos oncológicos) e será criada uma área dedicada à insuficiência cardíaca. Nesta ala fica´ainda a área de saúde mental que recebe a valência da pedopsiquiatria e a reabilitação de gastroenterologia.
Nos pisos 1, 2, 3 e 4, de internamento, serão remodelados o piso/chão, canalizações, ventiladores, mobiliário, portas e sanitários. Nesta área mantém-se o serviço materno-infantil, com a pediatria (passa para o piso 1) e todos os equipamentos de segurança necessários ao internamento de crianças. Num dos pisos vai passar a funcionar também a unidade de diálise.
Para os serviços administrativos, pretende-se fazer um novo edifício (onde se encontram neste momento os contentores), libertando áreas nos blocos atuais para cuidados de saúde. O financiamento para esta vasta remodelação advém de diversos programas governamentais e comunitários, mas a administração está aberta ao apoio dos mecenas.