A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) reafirmou esta segunda-feira, em Fátima, a sua posição contra a morte assistida e recordou as posições já assumidas pela Igreja, por vários especialistas e até pela sociedade civil, para alertar os elementos que compõem a atual legislatura que não podem ignorar estas manifestações "contra a legalização da eutanásia".
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"No atual momento sociopolítico português estas posições tão unânimes não podem deixar de ser tidas em conta por legisladores e cidadãos em geral", afirmou o cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da CEP, D. Manuel Clemente, na sessão de abertura da Assembleia Plenária, em Fátima.
Recordando as manifestações realizadas no passado dia 26 de outubro em várias cidades portuguesa, onde milhares de pessoas se pronunciaram "em favor da salvaguarda e promoção da vida", o purpurado retomou a Nota Pastoral da CEP sobre a eutanásia para lembrar que "o sofrimento pode ser eliminado ou debelado com os cuidados paliativos, não com a morte".
D. Manuel Clemente aproveitou ainda para evocar a declaração de cinco antigos Bastonários da Ordem dos Médicos, divulgada em setembro de 2016, onde o suicídio assistido é considerado "uma violação grave e inaceitável da ética médica" e a mais recente tomada de posição da Associação Médica Mundial, que considera que "nenhum médico deve ser obrigado a tomar decisões de encaminhamento" para a morte medicamente assistida.
Até quinta-feira, os bispos portugueses irão analisar e decidir sobre várias temas relacionados com a vida da Igreja em Portugal, com destaque para a apreciação final da tradução portuguesa do Missal Romano, à luz da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II e do Missal de São Paulo VI, e a preparação da Jornada Mundial da Juventude, que decorrerá em Lisboa no verão de 2022.