Aluno faltou à prova nacional e instituição negou nova data. Ministério do Ensino Superior diz que fará o exame.
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Gonçalo Azevedo, 18 anos, concluiu em junho o 12.º ano em Amarante e, porque estava infetado com covid-19 no dia do exame de admissão, viu-lhe barrado o acesso ao Ensino Superior. O jovem não se calou e ameaça, se necessário for, "resolver o assunto na Justiça". Porém, o Ministério do Ensino Superior respondeu, ao JN, que quem não fez as provas pelas mesmas causas que Gonçalo vai poder realizá-las mais tarde.
O aluno completou o curso profissional de Técnico de Automação de Computadores na Secundária de Amarante e quer seguir engenharia no Instituto Politécnico do Porto. "O exame estava marcado para 19 de junho e no dia 13 recebi um teste positivo para a covid-19", conta o estudante que, de imediato, contactou a Direção Geral de Saúde para dar conta da situação. "Disseram-me para ficar tranquilo, que fazia o exame noutra data ou de outra forma que não a presencial".
Afinal não podia
Contudo, não foi o que sucedeu e, após vários dias a tentar contactar o Politécnico do Porto, na véspera do exame de admissão foi-lhe comunicado que não poderia realizar a prova. "Pressionei durante vários dias sem resposta até que, um dia antes da prova, disseram-me que não tinham orientações para estes casos e que não existia data alternativa", explica Gonçalo, lamentando a posição do Politécnico: "Ignorou a minha situação, foi adiando e no final não me deu solução".
Na iminência de não poder aceder ao ensino superior este ano, Gonçalo Azevedo garante que nunca aceitará esse desfecho e que vai agir judicialmente perante o que considera "uma injustiça. "Não me vou calar. Esta é uma situação que prejudica a minha vida, pois não consigo entrar em nenhuma universidade sem a prova de admissão. Se não me resolverem a situação vou fazer uma queixa nas instâncias judiciais", concluiu.
Contactado pelo JN, o Ministério do Ensino Superior afirma que "a realização das provas em causa é da responsabilidade das instituições de ensino superior", mas garante que os estudantes que não tenham feito as provas por estarem infetados ou em isolamento, "poderão realizar as provas em data posterior", como previsto em deliberação da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior.
O JN contactou o Instituto Politécnico do Porto, mas até à hora do fecho da edição não obteve esclarecimentos. Contudo, em resposta à SIC, fonte daquela instituição afirmou que "esta prova tem uma única chamada, que decorre num só dia para todas as instituições".