Área Metropolitana do Porto vai pagar 2,3 milhões de euros, mas exige que operadores reponham toda a frota na rua a partir de julho. Governo deverá anunciar apoio para o setor.
Corpo do artigo
A Área Metropolitana do Porto (AMP) aprovou, na sexta-feira, o pagamento de 2,3 milhões de euros aos operadores de transportes com o objetivo de repor a normalidade do serviço em todos os concelhos. O pagamento exige que a partir do dia 1 de julho, os operadores públicos e privados tenham toda a sua frota de autocarros a operar.
A este montante juntar-se-á, na próxima semana, uma fatia de um fundo - que ainda será anunciado pelo Governo - de 94 milhões de euros para os transportes de todo o país, adiantou Eduardo Vítor Rodrigues, presidente do Conselho Metropolitano do Porto.
A falta de transportes em vários concelhos da AMP tem causado muitos protestos nos últimos meses. Com o pagamento de 2,3 milhões de euros, Eduardo Vítor Rodrigues espera que a normalidade seja retomada.
"Este pagamento não é uma dádiva, é um pagamento com a contrapartida de a partir do dia 1 de julho os operadores virem para a rua", sublinha o também autarca de Gaia.
Admitindo que em alguns casos não se justifique a retoma integral, "o que não pode continuar a acontecer" é que haja zonas sem transporte ao domingo ou zonas com transporte de duas em duas horas. "Pagamos, mas para que o serviço seja melhorado", reitera.
Cálculo das verbas
O pagamento, que "comparticipa adicionalmente as empresas", será atribuído a todos as operadores públicos e privados com sistema Andante e foi calculado em função do número de validações ocorridas durante o último trimestre de 2019.
A este montante vai somar-se um outro "muito mais significativo que virá do Ministério do Ambiente", revela o líder da AMP.
"Acredito que na próxima semana esteja consumado e possa ser anunciado [o fundo] de 94 milhões de euros para o país, e onde a AMP espera ir buscar uma fatia significativa", insiste.
Na terça-feira finda o prazo para apresentação de propostas ao concurso de concessão de transporte público rodoviário na Área Metropolitana. Perante as consequências da pandemia, que deixaram os autocarros sem clientes, o adiamento esteve em cima da mesa, sobretudo pelo "medo" de não haver concorrentes.
"Se nenhuma empresa viesse a concurso, isso permitiria que a AMP fosse a ajuste direto, algo que sempre disse que não faria", diz Eduardo Vítor Rodrigues. Por agora, o adiamento ficou na gaveta, acreditando-se que os concorrentes vão confiar "na retoma da normalidade".