Um dispositivo sensor preparado para antecipar alertas de ignições nas florestas, pode vir a tornar-se um instrumento valioso na prevenção e combate dos fogos florestais.
Corpo do artigo
Esta é a convicção de António Valente, o investigador da Universidade de Trás-os-Montes (UTAD) que criou o dispositivo para deteção precoce de fogos florestais, que tem vindo a ser testado nos últimos dois anos no terreno na zona de Bragança, onde há cerca de 30 instalados. "É possível ter entre 100 a 200 dispositivos ligados à mesma antena num raio de 7,5 quilómetros ", disse António Valente ao JN.
"Vigilante"
O sensor consiste num pequeno aparelho, do tamanho de um telemóvel, que dispõe de módulos de hardware que contêm sensores de temperatura, humidade, pressão atmosférica e de CO2 e que transmitem os dados através de uma rede sem fios LoRaWAN.
"Já tem sido testado em ações de fogo controlado. A deteção precoce pode ajudar no combate aos incêndios, porque é possível mobilizar os meios de combate mais cedo", referiu o investigador.
Ao ser detetada precocemente uma ignição, e contando com uma rede eficaz de comunicações é possível um combate atempado, minorados os danos.
Embora se trate de um novo "vigilante da floresta", António Valente defende que o dispositivo pode ser benéfico em aplicações ligadas à agricultura inteligente, nomeadamente no Douro "onde os campos agrícolas são muito heterogéneos", referiu.