Grupo alemão quer instalar 25 a 53 aerogeradores no mar para produzir energia em 2028. Envolve 3900 postos de trabalho no pico de construção.
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O grupo alemão BayWa iniciou, junto do Governo português, o processo para concretização de um investimento de dois mil milhões de euros na instalação de um parque offshore de tecnologia eólica flutuante ao largo de Viana do Castelo. Pretende instalar no mar "25 a 53 aerogeradores" na "zona piloto" onde já se encontra instalada e em exploração a central eólica WindFloat Atlantic. O objetivo é começar a operar em 2028.
De 9 de fevereiro a 2 de março, decorrerá a consulta pública de um "contrato de ordenamento" entre o Estado e a subsidiária espanhola do grupo, a BayWa R.E. Projects Espanha. O objetivo da proposta, segundo explicou ao JN o Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, "é transformar aquela zona piloto numa área de produção de energia de escala comercial".
Sem precisar o número de postos de trabalho previstos, o governante adiantou que "será muito significativo". "Estamos a falar de cerca de 2000 milhões de euros de investimento, com mais de metade de incorporação nacional. O projeto foi apresentado ao Governo como não necessitando de quaisquer apoios públicos e estando concebido para usar o máximo possível de empresas nacionais como fornecedores de bens e serviços", descreveu, acrescentando que, além da mão de obra na fase de instalação, "de construção civil, metalomecânica, engenharia, estaleiros e serviços marítimos", o projeto garantirá ainda "emprego e receitas para a indústria nacional, ao longo de muitos anos". "Um parque desta natureza terá despesas de manutenção anuais muito significativas, tipicamente, da ordem dos 5% do valor total do investimento inicial", sublinhou.
Fonte ligada ao processo disse ao JN que, à semelhança da central eólica em desenvolvimento pela BayWa na Escócia, o parque de Viana deverá implicar a criação "de cerca de 3900 postos de trabalho no pico de construção do parque".
Consulta pública
De acordo com Ricardo Serrão Santos, ao período de consulta pública que começa quarta-feira, seguir-se-á "caso não surjam manifestações de interesse por parte de outros interessados para a área em causa", a formalização contratual "e a elaboração e conclusão do projeto de plano de afetação" pela BayWa.
"Caso surjam outros interessados, o plano de afetação passará a ser de iniciativa pública, sendo elaborado pelos serviços do Ministério do Mar", indicou, acrescentando que, assim, "a zona piloto" será alocada "ao projeto que traga a maior vantagem social e económica para o país, e permita a máxima coexistência de usos ou de atividades, desde que salvaguarde todas as questões ambientais relevantes".
Além de "25 a 53 aerogeradores com capacidade máxima individual entre 12 a 16 MW", o projeto do grupo alemão prevê também "a necessidade de instalar uma Subestação Elétrica Offshore dentro da zona do parque", e "de um segundo cabo submarino de ligação à Rede Elétrica de Serviço Público (já existe um atualmente que serve a central WindFloat Atlantic)".
O ministro afirmou que para avançar o novo parque eólico "terá também de obter as licenças para geração de eletricidade e ser submetido a um processo de avaliação de impacto ambiental". Neste âmbito já foram consultados a Secretaria de Estado da Energia e a Câmara de Viana do Castelo, "não tendo sido identificadas condicionantes à afetação da área ao uso e atividade propostos".