É um fenómeno criminoso que cresce desde dezembro. Os ecopontos de Guimarães e concelhos limítrofes são recorrentemente vandalizados com recurso a incêndios e os custos com o problema ascendem a dezenas de milhares de euros, uma vez que já foram queimados mais de 40 e cada "ilha" de três ecopontos custa, ao erário público, cerca de 1500 euros.
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Todas as semanas há casos e a maioria dos incêndios consome três ecopontos de uma vez. Só desde dezembro, já se registaram incêndios nas freguesias de Azurém, Vila Nova de Sande, Conde e Creixomil. No entanto, é na freguesia de Urgezes que o crime é mais recorrente. Em quatro meses, os ecopontos dali já arderam pelo menos em cinco ocasiões, o que levou a Junta de Freguesia a reunir com a PSP para que sejam tomadas medidas de "reforço da vigilância".
Jorge Santos, morador em Urgezes, integra um grupo que faz vigias noturnas para apanhar os criminosos, mas até agora sem sucesso. "Temos vizinhos de sobreaviso e desconfiávamos de uma pessoa. Eu também cheguei a fazer madrugadas à espera, mas não apanhamos ninguém", relata ao JN.
O último incêndio ocorrido em ecopontos de Urgezes foi na noite do passado sábado, na Rua Mesteres de Guimarães. Os Bombeiros de Guimarães receberam o alerta às 20 horas e foram rápidos a chegar ao local, mas a velocidade a que as chamas crescem, alimentadas pelo lixo, nunca permitem salvar nada. Nessa noite, cinco horas mais tarde, também arderam os ecopontos da Rua Manuel Peixoto, em Creixomil, e em duas ruas do concelho de Vizela (ler caixa).
O vandalismo já suscitou reação do presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, do PS: "Vamos tentar que as forças policiais e os cidadãos estejam atentos para se encontrar este demente mental". Os vereadores da Oposição, do PSD, também já reuniram com PSP e GNR para perceber o problema, mas não existe justificação para um ato que só traz prejuízo para a comunidade, câmaras e para a Resinorte. O JN contactou a empresa de tratamento de resíduos, mas até à hora do fecho desta edição não obteve resposta.
Vandalismo
Vizela apresentou queixa contra desconhecidos
A Câmara de Vizela anunciou que vai apresentar queixa contra desconhecidos na sequência dos incêndios em ecopontos registados naquele concelho na madrugada de anteontem, na Praceta D. Arménio Caldas e na Rua 25 de Abril, em S. Miguel. Em comunicado, a Autarquia vizelense liderada pelo independente Victor Hugo Salgado considera o ato "inadmissível e lamentável, de puro vandalismo e a todos os títulos injustificável", que "coloca em causa a segurança das populações". Ao mesmo tempo, lembra que o vandalismo de ecopontos com incêndio constitui crime "cuja moldura penal poderá ir até cinco anos de prisão".
Caso
Detenção
Um homem, de 50 anos, foi detido pela Polícia Judiciária por ser suspeito de ter incendiado 13 ecopontos em diversos locais de Aveiro, durante os últimos dois meses.
Alcoolismo
A Judiciária referiu, em comunicado, que o indivíduo, sem ocupação profissional conhecida, agiu por motivos fúteis e "num quadro de forte alcoolismo".
Prejuízos
Sublinha a PJ que só a rápida intervenção dos bombeiros impediu a propagação das chamas, que puseram em risco automóveis e habitações próximas dos ecopontos incendiados.