João Paulo Correia fala "em contas certas" em Gaia e ataca Menezes: "Há que ter memória"
“Agora Gaia tem contas certas, mas não era assim há 12 anos e na política há que ter memória”, referiu, esta sexta-feira, na Afurada, o candidato socialista João Paulo Correia, num comício com muitos apoiantes, bandeiras e momentos musicais. Menezes, candidato do PSD, foi o visado.
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Nunca o nome de Luís Filipe Menezes, candidato do PSD e principal opositor na corrida eleitoral em Gaia, foi pronunciado, mas a sua gestão, que precedeu os três mandatos seguidos do PS, foi vincada no discurso de apresentação da candidatura de João Paulo Correia.
Antes, já o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, havia lembrado esses tempos de “asfixia financeira” na câmara, ao dirigir-se a Eduardo Vítor Rodrigues, que estava na plateia e conquistou, então, a Câmara de Gaia para o PS, após anos de governação social-democrata. Sem referir o nome de Menezes, João Paulo Correia falou de “funcionários que não recebiam” e de “fornecedores que acabaram por falir”.
Qualificou essa gestão de “irresponsável” e sublinhou que, agora, “as contas certas são o ponto de partida” para o seu programa. Foram várias as áreas que enumerou para intervir, partilhando com José Luís Carneiro o objetivo de criar em Gaia um “Museu de Arte Contemporânea”.
Aumentar receita da taxa turística
Para a rede viária, em particular os buracos nas estradas, disse que “a Câmara de Gaia vai acompanhar o aumento da taxa turística no Porto” e que “essa receita será usada na reabilitação da rede rodoviária”.
“Respira-se vitória na Afurada e em Vila Nova de Gaia!”, exclamou, contagiado pelas palmas dos seus apoiantes, entre os quais Marina Mendes, a atual presidente da câmara, após a renúncia de Eduardo Vítor Rodrigues, e Luís Filipe Araújo, autarca e candidato socialista no concelho de Gondomar.
Embalado, João Paulo Correia, que foi muito elogiado pelo secretário-geral do PS, designadamente enquanto foi secretário do Estado do Desporto, reiterou que quer romper com a empresa de transportes metropolitanos Unir. Prometeu “tratar rapidamente da sua substituição”.
No domínio do desporto, anunciou que o objetivo é proporcionar “aulas de natação, todas as semanas, às crianças até aos 12 anos de idade”, assim como apostar no ciclismo, uma “modalidade com tradição no concelho e que já deu campeões”. Aliás, também com o fito na Capital Europeia do Desporto em 2028, garantiu que, se ganhar, vai “duplicar o orçamento” para o setor.
Ter hospital universitário
Destacada foi a importância dada ao Hospital de Gaia. Essa será uma luta que vai travar. Pretende que a grande unidade de saúde, no Monte da Virgem, seja equiparada ao S. João, no Porto, como “hospital universitário”. “Pelo que trará de investimento e inovação”, justificou. Assegurou que não vai baixar à guarda, no que respeita a reivindicar, e que “a segunda fase da requalificação do Hospital de Gaia não se pode atrasar”.
Nota ainda para a habitação, um tema que não podia ser deixado em claro. Considerou que “as famílias não podem gastar mais de 35% do seu orçamento na habitação”, e fixou uma meta de 1100 casas, até 2029, para “arrendamento acessível”.
“O nosso plano passa por construir 1100 habitações públicas até 2029. O atual executivo fez um contrato de 140 milhões de euros até 2027. As primeiras casas serão entregues em breve”, adiantou.
Abolir portagens
De salientar, entre as propostas, a intenção de abolir portagens, numa matéria que não depende só da autarquia. “Entre o que propomos para Gaia, queremos abolir as portagens na A29, na A32 e na A41. Entre outras razões, é uma questão de justiça. Vamos reivindicar”, prometeu.
Também concorrem à Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, do PSD, em coligação com o CDS-PP e a Iniciativa Liberal (IL). Menezes tentará reconquistar a presidência da autarquia gaiense, após, como o próprio disse, ter estado 12 anos afastado da política ativa. André Araújo é o cabeça de lista pela CDU e Daniel Gaio pelo Volt. Mais recentemente, apresentou-se à corrida eleitoral João Martins, que é o rosto da coligação que junta Livre e Bloco de Esquerda (BE).