João Paulo Correia lembra que PSD, CDS e IL aprovaram concurso que agora dizem ser ruinoso para Gaia
"Chocado" com as violentas críticas feitas pela candidatura da coligação PSD/CDS/IL ao concurso lançado pelo município de Gaia para a recolha de lixo e limpeza urbana nos próximos 12 anos, o candidato do PS à autarquia, João Paulo Correia, lembra que, "apenas há três meses", aqueles mesmos partidos votaram favoravelmente a proposta para a abertura do procedimento.
Corpo do artigo
"O concurso foi aprovado por unanimidade na Câmara e na Assembleia Municipal. Foi reconhecido que este é um investimento necessário para reduzir a fatura da água e dos resíduos em Gaia", afirmou, ao JN, João Paulo Correia, atribuindo "razões eleitoralistas" à mudança de posição.
Os partidos que suportam a candidatura encabeçada pelo social-democrata Luís Filipe Menezes à Câmara de Gaia emitiram um comunicado a criticar duramente o concurso lançado pela empresa municipal Águas de Gaia, considerando que se trata de uma operação "ruinosa". "Um concurso de 510 milhões de euros que é um assalto aos gaienses", apontaram PSD, CDS e IL, entendendo que, caso o processo avance, os próximos executivos ficarão reféns deste contrato, com repercussões muito significativas na fatura a pagar pelos munícipes. A coligação diz que o valor deverá aumentar significativamente.
João Paulo Correia diz que objetivo é precisamente o contrário, baixar a fatura dos gaienses, e que os partidos da coligação concordavam com isso, quando aprovaram o concurso.
Leia também Concurso milionário para recolha de lixo em Gaia
O socialista considera que a mudança de posição é motivada por questões eleitoralistas, acusando os PSD, CDS e IL de mentirem aos munícipes. "Estes são os mesmos partidos que, há três meses, entenderam que este é um investimento que o município precisa para diminuir a fatura da água", reiterou João Paulo Correia. "Esta postura não é séria e revela que a candidatura liderada por Luís Filipe Menezes não mede as palavras para perturbar a campanha e enganar os gaienses", acrescenta o candidato do PS.
João Paulo Correia afirma que o concurso tinha de ser lançado agora, porque o Tribunal de Contas não aceitava o seu adiamento, e que o valor do preço-base (510 milhões de euros para 10 anos) tem a ver com o maior número de serviços incluído e com o facto de Gaia ter aumentado a sua população de forma significativa, tal como a atividade económica, designadamente relacionada com o turismo.
O socialista lembrou, a título de exemplo, que o futuro contrato incluirá a recolha de monos, um aumento substancial dos arruamentos com varredura e o investimento em equipamentos para deposição de biorresíduos na Suldouro, o que permitirá poupar 60 milhões de euros.
João Paulo Correia lembra ainda que, além do crescimento de Gaia, também os preços dos serviços não são os mesmos de há 10 anos e que, em 2012, foi Luís Filipe Menezes, enquanto presidente da Câmara de Gaia, que "renovou de forma automática o contrato com a Suma [atualmente em vigor], em vez de ter lançado um concurso". "Se o tivesse feito, se calhar, nos últimos 13 anos, a situação da recolha do lixo em Gaia teria sido bem melhor", concluiu.