A candidatura da coligação PSD/CDS/IL à Câmara de Gaia, cujo cabeça de lista é Luís Filipe Menezes, considera que o concurso lançado pelo município, com um preço-base de 510 milhões de euros, para a recolha de lixo e limpeza urbana nos próximos 10 anos é "ruinoso". "Um concurso de 510 milhões de euros que é um assalto aos gaienses" é o título do comunicado da candidatura, reagindo à notícia do concurso lançado pela empresa municipal Águas de Gaia, publicada pelo JN.
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O documento diz que um contrato de 510 milhões triplica a fatura anual do serviço que é paga atualmente e que isso poderá ter repercussões muito significativas na fatura a pagar pelos munícipes. A despesa anual trata-se de "um valor ruinoso para o município, que representará 20% do orçamento municipal, sufocando as contas da Câmara caso venha a ser assumido", entende a candidatura.
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Amarrar a gestão
A candidatura diz que o concurso foi lançado por um "conselho de administração [da Águas de Gaia] remendado à pressa, depois do afastamento judicial do seu presidente, acusado de corrupção e peculato". E a decisão foi tomada a um mês e meio de eleições autárquicas, "tentando comprometer e amarrar a gestão do futuro executivo municipal e dos gaienses".
O comunicado lembra que o social-democrata, que foi presidente da Câmara de Gaia antes do ciclo de 12 anos liderado pelo socialista Eduardo Vítor Rodrigues, renegociou o contrato de recolha de resíduos no seu último mandato, com o objetivo de reduzir custos, no âmbito da intervenção da troika.
Esse mesmo contrato assegurou a prorrogação do serviço por dez anos, num valor de 15 milhões de euros anuais, totalizando assim 150 milhões de euros", refere, ainda, o comunicado, lembrando que o PS foi muito crítico.