Mesmo sem saber nadar bem, Hugo Monteiro, 18 anos, não terá resistido a uma aposta com os primos e amigos e atirou-se, na quinta-feira, de uma ponte pedonal sobre o canal que cruza o jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, Ílhavo.
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Eram 16 horas quando tudo aconteceu e o local devia ter cerca de três a quatro metros de profundidade. O jovem esbracejou, tentou agarrar-se aos amigos, mas acabou por morrer afogado.
Este é o relato que as autoridades conseguiram apurar no local da tragédia junto dos amigos. Ao JN, alguns deles, que estavam no grupo, contaram apenas que se queriam "divertir" e aproveitar o "dia de calor".
Do cimo da ponte, atiraram-se três de um grupo de uma dezena de rapazes de etnia cigana, da Gafanha de Aquém, Ílhavo. Dois nadaram. O terceiro, Hugo Monteiro, não conseguiu. "Tentou agarrar-se e disse ""ajudem-me"", contou um dos jovens que assistiu à tragédia. Os dois amigos que se atiraram com ele tentaram ajudá-lo ainda dentro de água, mas não conseguiram. "Bebeu muita água, perdeu as forças e depois foi ao fundo", acrescenta.
"Ele disse que sabia nadar", deixa escapar um jovem. "Foi uma estupidez", reconhece outro com os olhos postos no chão.Depois um segue o relato. Conta que acredita que a roupa terá dificultado a tentativa de nadar. "Ele ficou muito tempo debaixo de água. Fartamo-nos de gritar e ninguém veio ajudar", lamenta.
Grupo pediu socorro
O Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), a Polícia Marítima, Bombeiros de Ílhavo, meios do INEM e VMER deslocaram-se para o local.
Elementos do ISN "mergulharam e conseguiram resgatar o corpo", avançou o comandante da Polícia Marítima de Aveiro, Carlos Isabel.
Apesar das manobras de suporte básico de vida, Hugo Monteiro não resistiu e o óbito foi declarado no local. "O corpo foi transportado para o Instituto de Medicina Legal ", informou Pedro Barreirinha, comandante dos bombeiros ilhavenses. No local, dezenas de pessoas que passeavam no jardim juntaram-se para assistir às operações de resgate do corpo.