Autarquia acusa autoridades de nada fazerem para acabar com o barulho acima da lei.
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A União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade, de Braga, deliberou adquirir dois aparelhos de medição de ruído para oferecer à PSP e à Polícia Municipal de Braga: “Na sexta e no sábado, nas festas da Noite Branca, havia dois DJ na Rua Dom Paio Mendes e no Campo das Hortas, com cinco PSP a guardar, mas sem nada para medir o som”, disse esta segunda-feira ao JN o presidente da autarquia, Luís Pedroso.
O autarca acrescenta que “os moradores calculam que o volume de som tenha atingido, às três horas da manhã, os 90 décibeis, quando o máximo legal é de 55”. A Câmara revelou que um milhão de pessoas participaram na Noite Branca.
Luís Pedroso acrescenta que a Assembleia de Freguesia decidiu avançar com uma candidatura da Sé Catedral e do seu entorno a Património Mundial da UNESCO, projeto que visa a valorização do monumento do século XII e, também, a criação de condições para que “a bagunça acabe”.
O autarca, que interpôs na quarta-feira uma providência cautelar no Tribunal Administrativo – rejeitada depois pelo juiz – critica o Município por “nada fazer” para acabar com o “martírio” que os residentes suportam, não só com as várias festas da cidade, mas também ao fim de semana. Diz que quer a freguesia quer a Associação de Moradores se têm reunido com a Câmara, mas sem resultados. A este propósito, avisa que, se o Município nada fizer, entrará a ação principal no Tribunal visando a proibição do ruído.
Luís Pedroso critica, ainda, a Associação Empresarial de Braga (AEB), dizendo que “esquece” que há lojas relevantes a fechar no centro histórico: “Essa é a sua missão, não a de promover o desassossego dos habitantes”, sublinha.
O JN contactou a Câmara, que não se pronunciou. Já o diretor-geral da AEB, Rui Marques, disse que “apoiam todas as atividades relevantes para a economia local”. “E não é verdade que haja muitas lojas a fechar, até são mais as que abrem”, retorquiu.