A Junta de Freguesia do Pinhão, no concelho de Alijó, estimou, esta quinta-feira, em "200 mil euros" o montante dos "prejuízos causados pela greve dos revisores da CP - Comboios de Portugal". As contas da autarquia, liderada por Sandra Moutinho, foram dadas a conhecer em comunicado e estão relacionadas com a paralisação parcial daqueles profissionais, entre 13 e 22 de junho, período durante o qual "não se realizará qualquer comboio entre Régua e Pocinho", na Linha do Douro.
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Não contestando o direito à greve dos profissionais da CP, o executivo da Junta de Freguesia do Pinhão reafirma que a greve vai trazer à vila pinhoense "um prejuízo a rondar os 200 mil euros na economia" e pretende que se "apurem responsabilidades e contrapartidas para esta perda". Salienta ainda que está "muito apreensivo com as greves que se tem verificado na CP".
A Junta explica que, as paralisações, "desde o início do ano, estão a comprometer a atividade dos operadores económicos da vila que dependem dos passageiros que diariamente chegam de comboio". Ademais, "a irregularidade do serviço, devido às greves que tem provocado supressões, tem levado a um arranque de ano abaixo das expectativas na vila".
A propósito da atual greve, a Junta de Freguesia do Pinhão diz que "não compreende porque é que não foram definidos serviços mínimos estando prevista a supressão da totalidade dos comboios entre a Régua e o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa". A autarquia recorda que "não é apenas o turismo que sofre com esta situação", mas "também centenas de pessoas que usam o comboio para as suas deslocações diárias e regulares".
Esta situação é definida como "um sintoma da total falta de respeito da administração central para com as populações do interior", pelo que o executivo de Sandra Moutinho "lamenta que as bonitas palavras ouvidas nas comemorações do 10 de junho, na Régua, não passem disso mesmo e que o bem-estar das populações do interior esteja sistematicamente a ser deixado para segundo plano".
Ainda segundo o comunicado da junta, "o desinvestimento ao longo dos anos, agora mascarado sob a forma de lançamento de projetos e obras, que não vão melhorar a competitividade da linha por não preverem aumentos significativos de velocidade, continua" e lamenta que "ações efetivas não sejam tomadas".
A Junta do Pinhão frisa que "os impactos que esta situação está a ter na vila terão que ser assumidos". E realça que "os operadores de uma região já de si economicamente fragilizada têm que ser compensados pela disrupção do serviço ferroviário que é fulcral para a sua atividade". Por outro lado, lastima ainda que "na região, entidades com maior poder de influência, mantenham o silêncio perante esta situação".