A Concelhia do PS/Gondomar e um autarca socialista acusaram esta quarta-feira a câmara liderada pelo independente Valentim Loureiro de condicionar as transferências para as juntas ao voto favorável dos seus presidentes no orçamento municipal, uma versão já rejeitada pela visada.
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"Há vários presidentes de junta que asseguram que essa pressão aconteceu", disse o líder da Concelhia do PS/Gondomar, Luís Filipe Araújo, numa afirmação corroborada pelo presidente da Junta de Rio Tinto, o também socialista Marco Martins.
"Assim sendo, vou ter que votar a favor, ainda que contrariado", declarou o autarca de Rio Tinto, explicando que "a alternativa seria prescindir da prestação de serviços de proximidade e rescindir 20 contratos de trabalho".
Segundo Marco Martins, o "condicionamento político" ao voto dos presidentes de junta terá sido feito numa reunião promovida pelo vice-presidente da Câmara, José Luís Oliveira.
Contacto pela agência Lusa, o visado negou "perentoriamente" ter exercido tal pressão, classificando afirmações nesse sentido como sendo "o maior disparate".
"Até porque temos a aprovação do orçamento mais do que garantida", acrescentou.
José Luís Oliveira confirmou que reuniu com presidentes de junta, mas apenas no sentido de negociar os investimentos a incluir no orçamento, "tal como acontece há 18 anos".
Em anos anteriores os orçamentos registaram pontualmente votos contrários de alguns presidentes de junta e - sublinhou o vice-presidente - as suas freguesias "nunca foram penalizadas por isso".
"Somos democratas, tratamos as pessoas bem. Também devemos ser bem tratados, rematou.
Depois de passar na Câmara Municipal com os votos favoráveis dos independentes do grupo liderado por Valentim Loureiro e da coligação PSD/CDS, mas com os votos contra do PS, o orçamento é discutido e votado hoje, à noite, na Assembleia Municipal.