As piscinas e os balneários do Estádio Municipal de Olhão estão encerrados devido a um surto de legionela. A Administração Regional de Saúde (ARS) garante que não há registo de pessoas infetadas.
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O JN apurou que a situação foi detetada há mais de duas semanas nos balneários do estádio e nos do complexo das piscinas. Na altura, a autarquia decidiu encerrar os dois espaços, mas manteve as piscinas abertas, apenas com interdição dos balneários, duches e lavatórios.
Alguns utentes, sabe o JN, ainda decidiram utilizar as piscinas, apesar das restrições, mas outros não o fizeram e vão tentar que o valor da mensalidade já paga, designadamente das aulas que ali frequentam, lhes seja devolvido.
Mas, perante as dificuldades em resolver a situação, a Câmara de Olhão decidiu, esta segunda-feira, encerrar a totalidade do complexo das piscinas. Além de terem sido colocados avisos à porta, tal como o JN constatou no local, os utilizadores frequentes foram informados do encerramento, no mesmo dia, via telefónica, para evitar deslocações desnecessárias.
Em comunicado, a Câmara refere que o encerramento se deveu a “um surto de legionela” identificado “na sequência do procedimento de monitorização, por parte de uma empresa independente, nas águas quentes sanitárias dos equipamentos desportivos públicos municipais”.
Em resultado desta monitorização, “foram detetados indícios do desenvolvimento de cultura de legionela no Estádio Municipal e nas Piscinas Municipais”, o que levou a determinar “o encerramento temporário imediato dos balneários das duas instalações, para que fossem efetuados os procedimentos necessários à sua erradicação, nomeadamente através de choques térmico e químico tendentes a controlar a propagação”.
No caso do Estádio Municipal, “aguarda-se os resultados da última contra-análise efetuada, que ditará, se negativa, a reabertura dos balneários.”
Mas no complexo das piscinas municipais, “os procedimentos não surtiram, ainda, o efeito desejado, pelo que o Município decretou, em articulação com a Autoridade de Saúde, o encerramento, não só dos balneários, mas de todo o complexo, para dar lugar a uma intervenção mais profunda, que poderá ter que passar pela substituição dos componentes do sistema de águas quentes.”
A autarquia assegura estar “consciente dos constrangimentos que estes encerramentos provocam aos utilizadores”, mas “considera fundamental proceder à erradicação da bactéria por todos os meios necessários, para garantir o acesso em segurança a todos os munícipes.”
Não haverá casos de infeção
Fonte oficial da Administração de Saúde Regional (ARS), que apenas respondeu às questões colocadas sobre o complexo de piscinas, “as piscinas municipais revelaram análises com presença de Legionella spp e pneumophila, na água dos balneários, em finais de outubro 2023”, tendo sido tomadas “medidas corretivas”, que não se revelaram suficientes para sanar o problema.
“Tendo em consideração a persistência do microrganismo, de forma intermitente, nas análises efetuadas, decidiu-se pelo encerramento do equipamento, de modo a permitir a tomada de medidas mais profundas” que poderão passar “pela substituição da canalização”.
A ARS acrescenta que “o principal risco para a saúde é nos balneários e não nas piscinas (tanques), com exceção da piscina com jacúzi” e garante que “não houve conhecimento de casos de doença dos legionários na população frequentadora”.