Lídia Pinto protestou em frente à Segurança Social de Braga. Pede prolongamento da baixa médica.
Corpo do artigo
Uma mulher, com 54 anos, protestou, na manhã desta segunda-feira, à porta da Segurança Social de Braga, pela manutenção da baixa médica com vencimento, enquanto perdurarem os tratamentos contra um cancro da mama, que lhe foi diagnosticado no último ano. Lídia Pinto ameaça fazer greve de fome, se a Junta Médica continuar a não lhe reconhecer incapacidade para trabalhar como auxiliar num lar de idosos.
"Eu não quero que me reformem. Só quero baixa até eu estar apta para voltar ao meu serviço. Estou a fazer tratamento oral de quimioterapia e tenho muitas dores. Quero trabalhar, mas quando não me doer o peito", esclareceu Lídia Pinto, ao JN, adiantando que está desde fevereiro "com baixa sem vencimento", porque a Junta Médica diz que "[tem] que trabalhar".
"Eu só posso pegar em dois quilos de peso do lado direito. A Medicina no Trabalho já disse que não posso trabalhar, só se for em coisas leves. Mas o lar não vai pagar-me oito horas de trabalho só para ir dar de comer aos idosos", lamenta a doente oncológica. Revelou, ainda, que, além da medicação para tratar o cancro, que se manterá por três anos, ainda faz medicação no hospital e terá de sujeitar-se a mais operações de reconstrução mamária. "Tenho que preencher a prótese", especificou, durante o protesto.
"Vergonha"
"Ameacei fazer greve, porque gostava que ganhassem vergonha. Ainda me mandaram uma conta de 25 euros, porque me chamaram para uma consulta de reavaliação, em que nem fui atendida", critica Lídia Pinto, assegurando que não vai proceder ao pagamento. "Pago 450 euros de renda e, ainda, tenho outras despesas. Não tenho dinheiro para isso", justifica a queixosa.
O Instituto da Segurança Social confirmou que, em maio, "a beneficiária foi convocada para exame de verificação de incapacidade temporária, tendo sido considerada a não subsistência de incapacidade".
No último mês, a comissão manteve a posição, "pelo que o subsídio de doença foi cessado". Contudo, o organismo público promete "acompanhar a situação".