Lisboa tem novo alojamento para sem-abrigo que trabalham. O espaço temporário pode acolher até 15 pessoas que vivem na rua e têm emprego mas não conseguem aceder a habitação. Projeto piloto da Câmara custará 122 mil euros anualmente.
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Há quem tenha trabalho, mas viva na rua por não conseguir alugar uma casa ou um quarto. A pensar nestas pessoas, a Câmara de Lisboa, inaugurou, ontem, um alojamento temporário para sem-abrigo, que trabalham em restaurantes da associação Crescer, viverem no máximo durante meio ano até conseguirem pagar uma renda. O projeto inovador, situado no Bairro do Armador, em Marvila, será gerido pela Crescer e terá um apoio de 122 mil euros anuais da autarquia, cerca de 19 euros por dia por pessoa. A recuperação do espaço municipal, que estava "abandonado", custou 150 mil euros.
As pessoas em situação de sem-abrigo têm necessidades diferentes, mas, normalmente, são integradas em respostas semelhantes, o que não ajuda, por exemplo, aqueles "que fazem um enorme esforço para ficarem autónomas". "As respostas têm de começar a ser diferenciadas. Hoje são encaminhados para onde há vagas tenham acabado de chegar à rua, estejam a trabalhar ou não, consumam ou não substâncias, tenham ou não doenças mentais", alerta Américo Nave, diretor da Crescer. No rés-do-chão, com nove quartos e 15 camas, cozinha, casas de banho, lavandaria e sala, quem já trabalha mas vive na rua terá apoio na busca de habitação, no acesso à saúde, entre outros. Para ajudar no processo, haverá um psicólogo e uma assistente social.