Em várias ruas e parques do Porto encontram-se sacos do lixo abandonados e papeleiras a transbordar de resíduos que acabam a acumular-se no chão. O cenário incomoda moradores, comerciantes e transeuntes. Nas redes sociais multiplicam-se as fotografias de amontoados de sacos de lixo.
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A Câmara do Porto não escapa às críticas, que também são contundentes no que diz respeito à falta de civismo da população, pela colocação indevida de lixo na via pública. Aliás, é esta a justificação de Miguel Martins, comerciante no Largo dos Loios, para o desagradável cenário.
"As pessoas saem das casas e temos de ser nós a dizer-lhes onde há caixotes do lixo. Não ligam e encostam os sacos em qualquer lado", lamenta, admitindo que, naquela zona em particular, os contentores foram relocalizados por conta das obras do metro, mas que a distância é curta.
O JN encontrou sacos do lixo abandonados em ruas da Baixa, ao início da tarde. Vários junto à estação de metro de S. Bento. E papeleiras a transbordar.
No que toca às papeleiras, a Câmara do Porto afirma que "são despejadas entre uma e três vezes por dia". No centro da cidade, "o despejo é feito de manhã, à tarde e à noite. Junto à Casa da Música, Cordoaria e outros locais, são despejadas de manhã e à noite. No Campo Alegre, são despejadas uma vez por dia", referiu o Município.
Entre as situações partilhadas nas redes sociais está uma referente ao Jardim de S. Lázaro. A Autarquia reconhece ter existido "uma sobrecarga conjugada com deposição irregular". Diz que foi uma "situação pontual" e "prontamente resolvida". "Num campo de operação de mais de 8500 contentores por toda a cidade, de facto fotos de dois ou três casos não são representativas do estado da cidade", considera a Autarquia.
Miguel Martins, de 47 anos, queixa-se ainda da limpeza das ruas. "Principalmente de quinta a domingo, há sítios onde não conseguimos passar, tal o cheiro a urina. Somos nós que andamos com a mangueira, a gastar água, a tirar os cheiros", desabafa o comerciante.
Por sua vez, a Câmara diz que "ao longo do tempo de operação da empresa [municipal de Ambiente], em boa parte das áreas de maior pressão, multiplicaram-se as operações de limpeza".