Sé e Palácio da Bolsa registam aumento de turistas entre 10% e 12%. Clérigos espera superar até ao fim do ano.
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Quem anda nas ruas do Porto, sobretudo neste mês de agosto, já se apercebeu que os turistas voltaram em força. Há filas nos locais habitualmente mais procurados e os números do primeiro semestre superam os de 2019, na pré-pandemia.
A catedral registou um crescimento de 10% nas visitas e o Palácio da Bolsa averbou mais 12%. Na Torre dos Clérigos há a "convicção" de que a marca no final de 2022 será superior à registada há três anos. E a Livraria Lello diz que "não é possível crescer mais", dadas as "limitações de espaço".
O átrio da Sé está repleto. O dia é de sol. São inúmeras as pessoas e vários os pontos de interesse. Há gente de todas as nacionalidades. O casal formado por Pedro Alvarez e Marina Villoldo veio das Astúrias (Espanha). Já é a segunda vez de ambos na Invicta. Apreciam o "lado histórico". Quando voltarem a casa vão "recomendar" o destino a familiares e amigos. Entre 2019 e 2022, os visitantes aumentaram 10%, atingindo a fasquia das 340 mil pessoas.
No Palácio da Bolsa, às portas da Ribeira e com o rio Douro muito perto, também é preciso esperar para entrar. As filas ultrapassam a escadaria exterior. Se de janeiro a julho de 2019 foram contabilizadas 185 mil entradas, no mesmo período deste ano foram registadas 207 mil, totalizando um acréscimo de 12%. Segundo dados mais recentes, isolando os primeiros dez dias de agosto, é notória uma subida ainda maior, na ordem dos 55%: 11 171 visitas (em 2019) e 17 369 (em 2022).
Os brasileiros Márcia e Maurício Medeiros tinham acabado o circuito no Palácio da Bolsa. Márcia adorou o que viu e ouviu. Durante o passeio, imaginou "como seriam as transações no tempo em que os comerciantes portuenses faziam lá os seus negócios". Destacou "a forma como o edifício e o interior estão preservados". Não é a primeira vez que viaja até ao nosso país. Mas até aqui optava pelo Sul. "O Porto está ser uma excelente descoberta!", exclamou, radiante.
espetáculo multimédia
Para não variar também há fila na Torre dos Clérigos. O primeiro semestre encerrou com cerca de meio milhão de turistas. Mesmo assim, um número abaixo do verificado em 2019, quando por ali passaram 600 mil pessoas. No entanto, a Irmandade dos Clérigos, responsável pela gestão do monumento nacional, está convicta de que no final deste ano vai bater um novo recorde. O espetáculo multimédia "Spiritus", iniciado em abril e a "cativar novos públicos", prolonga-se até outubro e o horário das visitas foi alargado. Dois fatores que reforçam o otimismo da Irmandade.
Muita procura e mais 22% de livros vendidos
Na Livraria Lello assiste-se a um "regresso à normalidade". Se em número de visitantes "não é possível crescer mais", por "limitações de espaço" e porque há que manter a "qualidade", na venda de livros, outro indicador da afluência, o crescimento foi de 22%, com incidência nos meses de abril, julho e agosto. "Nestas últimas semanas, com 2000 livros vendidos por dia e tendência para subir, a média é superior à de 2019", foi salientado. À saída da Lello, a colombiana Jurany Lescano, ladeada por amigos, elogiou a "qualidade e a variedade" dos autores. Também realçou os "vitrais" daquela que é considerada uma das mais bonitas livrarias do Mundo.