Os empresários do comércio tradicional de Guimarães manifestam vontade de "fazer tudo" para impedir o encerramento das ruas do centro histórico da cidade. Esta sexta-feira deram conta da sua insatisfação na Assembleia Municipal, mas não obtiveram apoio político de nenhum partido.
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Os comerciantes da zona do centro histórico interpelaram os diversos grupos parlamentares, na Assembleia Municipal de Guimarães, realizada anteontem à noite, sobre a intenção, anunciada pelo executivo camarário (PS) de encerrar um conjunto de ruas do centro ao trânsito automóvel até final deste ano. Na resposta, nenhum dos partidos se comprometeu com a causa dos lojistas que, ainda assim, se mostraram firmes na vontade de continuar a luta.
Além do porta-voz, os empresários do comércio tradicional levaram ao auditório da Universidade do Minho uma delegação de cerca de 50 comerciantes que, contra o regimento, aplaudiu a interpelação. Na resposta, BE, CDU, Chega e PS foram absolutamente claros relativamente à posição favorável ao encerramento das ruas ao trânsito.
Declarações de deputada do Bloco de Esquerda contestada pelos comerciantes
O BE afirma que a medida irá melhorar a fruição da cidade pelas pessoas e reduzir a poluição. A deputada do Bloco acabou por provocar a contestação dos comerciantes presentes, quando defendeu que "as pessoas vão olhar para as lojas com mais calma".
A CDU, pioneira na defesa do encerramento do centro aos carros, defendeu que "o comércio não tem vitalidade porque foram retirados do centro serviços, como os Correios".
PSD e CDS, sem nunca dizerem que são favoráveis ao fecho das ruas, também não se comprometeram com um apoio aos comerciantes. Para o CDS é preciso "avaliar o assunto em função de alternativas", o PSD afirma que o problema da falta de clientes está relacionada com o baixo poder de compra dos vimaranenses, aliado a uma fiscalidade municipal alta.
Transformar o centro num "bibelot"
O presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, anunciou, em setembro passado, a vontade de encerrar ao trânsito a parte superior da Alameda de São Dâmaso, a parte alta do Toural e a rua de Santo António, até ao final de 2023. Um grande número de lojistas afirmou-se contra a ideia desde o início.
Os comerciantes acusam o presidente de querer transformar o centro num "bibelot" sem vida e desafiam o PS a "cortar o estacionamento aos centros comerciais durante 15 dias".