Uma nova manifestação, realizada este sábado, dia de Feira do Fumeiro, alertou para o "cemitério" em que o concelho de Montalegre se vai transformar se a exploração mineira avançar. O protesto foi convocado pela Associação Montalegre Com Vida.
Corpo do artigo
Em sábado de enchente na Feira do Fumeiro, a Associação Montalegre Com Vida promoveu mais uma manifestação na vila barrosã para demonstrar que a luta contra uma mina de lítio não perdeu força.
O protesto integrou carretas com lápides e cruzes, a representar as freguesias do concelho, para simbolizar o "cemitério pós-minas" em que poderá ficar transformado.
Armando Pinto, dirigente da associação, reiterou que uma exploração mineira "vai afetar a qualidade de vida na região" e o protesto serviu para "dizer que a luta não foi esquecida, que a população está contra o projeto e não o vai aceitar".
A associação tem insistido que uma região como a do Barroso (Montalegre e Boticas), que foi classificada pela UNESCO como Património Agrícola Mundial e que é Reserva da Biosfera "não é compatível com este tipo de projetos".
Consequências negativas para a região
Armando Pinto lembrou que há pareceres científicos que dão razão às preocupações, pois terá "consequências negativas para a região". A água é um dos recursos naturais que mais poderá ser afetado, já que, segundo diz, a exploração mineira "irá utilizar 10 mil metros cúbicos de água por dia, ou seja, 10 vezes mais do que a utilizada por todo o concelho de Montalegre no mesmo período".
"A qualidade da nossa batata, do fumeiro e dos nossos porcos vai ser diferente, tudo vai ser mais ruim", referiu Maria Branco uma das manifestantes de Montalegre, enquanto Maria Loureiro, de Boticas, para onde está prevista outra mina de lítio, acrescentou que "as minas vão destruir o modo de vida" do Barroso.