Mãe e ativista LGBTI+ deixou apelo no Porto: “Digam ao nosso presidente que nos deixe fazer o arraial"
A Câmara do Porto decidiu mover o arraial da 18.ª Marcha do Orgulho LGBTI+ para o Parque do Covelo e a decisão indignou a Comissão, que lançou uma petição contra a localização. Os membros da organização estiveram presentes na Assembleia Municipal de segunda-feira para apelarem à mudança do local.
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"Digam ao nosso presidente que nos deixe fazer o nosso arraial. Porque a marcha nós vamos fazer, custe o que custar. Mas queremos o nosso arraial na Alameda das Fontainhas ou no Largo Amor de Perdição." Este foi o pedido que Eulália Almeida, mãe de um filho homossexual e membro da Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto (COMOP), fez na Assembleia Municipal da Câmara Municipal do Porto, na segunda-feira.
Com 71 anos de vida e 10 dedicados ao ativismo pelos direitos LGBTI+, Eulália mostrou-se indignada com a decisão do Município de realizar o arraial no Parque do Covelo, na freguesia de Paranhos, devido "à quantidade de iniciativas" previstas para a cidade no mesmo fim de semana. A intervenção da portuense aconteceu já depois da 1h da madrugada e não contou com Rui Moreira na audiência, que já tinha saído da Assembleia.
A Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto (MOP) lançou no domingo uma petição online a reivindicar que a 18.ª MOP aconteça no espaço Largo Amor de Perdição, no centro do Porto, e não seja remetida à "invisibilidade" pelo município, no Parque Municipal do Covelo. A petição foi entregue ao Executivo de Rui Moreira na quarta-feira com mais de cinco mil assinaturas.
A Câmara do Porto assegura que a solução apresentada passa pela realização da iniciativa no Parque Municipal do Covelo, espaço verde da cidade próximo do Marquês, que "reúne todas as condições necessárias para a concretização do evento, quer ao nível da dimensão, quer ao nível da logística". Mas a organização assume que a Quinta do Covelo "não reúne as condições" para albergar o evento por apresentar "limitações ao acesso para pessoas com mobilidade reduzida" e porque a manifestação, que antecede o arraial, acontece no centro da cidade e tem de terminar no arraial, que será palco de leitura de manifestos e de outras intervenções associativas.