Armanda Lopes, de Monsarros, pretende que o Estado lhe pague mais de 50 mil euros, correspondentes às mensalidades de 15 anos em que tem a guarda provisória de uma jovem que foi acolhida aos 15 dias de idade.
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"São 50 mil euros que o Estado me deve. Não baixarei os braços e lutarei com todas as minhas forças, até que o valor seja pago". O desabafo é de Armanda Lopes, residente em Vila Nova de Monsarros, Anadia, que pretende que o Estado lhe pague mais de 50 mil euros, correspondentes às mensalidades dos 15 anos que tem a guarda provisória da jovem Diana (foi acolhida aos 15 dias de idade).
A luta começou pelos tribunais, há cerca de cinco anos, após ter desistido de reivindicar, durante dez anos, os seus direitos junto da Segurança Social. Agora diz que pretende ser recebida pela secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, e que decidiu perder a vergonha e dar a cara por uma causa. Afirma que numa determinada altura a Segurança Social lhe propôs a adopção da Diana, no entanto, não aceitou, porque, explica, que "para adoptar significaria fechar a porta a todos os subsídios que tenho direito" "É claro que se tivesse um ordenado de 1500 ou 1200 euros aceitaria, agora deve compreender que a ganhar 500 euros não posso deixar de parte os apoios que o estado deve e não pagou".
"Sabe quanto custa alimentar, vestir e calçar e ter um jovem a frequentar a escola?" questiona a mãe, sublinhando que a falta de dinheiro condiciona o bem-estar da filha, mas nunca o amor que tem por ela. Queixa-se que nestes 15 anos nunca foi visitada por qualquer organismo estatal que se preocupasse em saber o estado da Diana. "Tenho a guarda provisória, mas nunca consegui que fosse declarada como família de acolhimento", acrescenta.
"É triste, mas nunca ninguém se preocupou com ela", sublinha Armanda Lopes, que espera agora que a secretária de Estado a receba. De acordo com fonte da Segurança Social, "a ausência de contacto, resulta do facto de Armanda Lopes não estar em situação de carência económica, assim como de não existirem indícios de que a Diana pudesse estar em risco". A fonte refere ainda que a mãe da Diana instaurou no dia 14 de Julho de 2005 um processo ordinário contra o Centro Distrital.