Fatura dos resíduos deixa de estar indexada à água e quanto menos lixo indiferenciado o cliente produzir, menor será a conta.
Corpo do artigo
"Recicle mais, pague menos". Este é o lema do projeto da empresa municipal Maiambiente, cujo objetivo é promover o depósito e a separação dos resíduos urbanos. Por consequência, fazer baixar as entregas do lixo indiferenciado.
A fatura deixa de estar indexada ao consumo de água e o cliente paga consoante a carga do indiferenciado, pois a recolha dos restantes resíduos (vidro, papel e cartão, plástico e metal) é gratuita.
O projeto inovador é recente e só se aplica, por agora, às moradias. Há de chegar aos prédios. Helena Lopes, da Maiambiente, sublinha que este sistema, sem estar indexado ao consumo de água, "é mais justo". Também realça que, apesar de estar a funcionar apenas há uns meses, já se nota uma "mudança" de comportamentos. "As pessoas separam mais os resíduos. Tem havido uma redução do indiferenciado", diz.
Leitura através de um sensor
Na Maia, as moradias têm contentores para cada tipo de lixo. Estes recipientes são fornecidos pela Autarquia. O verde é para o vidro, o amarelo destina-se ao papel e ao cartão, o azul serve para plástico e metal. O restante lixo, chamado indiferenciado, cabe no contentor de cor cinzenta. Só esta carga é cobrada.
Os moradores têm acesso ao calendário dos veículos para a respetiva recolha e a cada passagem podem fazer a entrega. Se, por exemplo, numa casa as entregas do indiferenciado aconteciam quatro vezes por mês e passaram a ser duas, o consumidor verá o valor da fatura baixar.
Cada cliente tem um código. No local, através de um sensor, as equipas municipais fazem a leitura da quantidade do indiferenciado depositado.
Entre os maiatos, nas zonas em que funciona o "Recicle mais, pague menos", igualmente conhecido por "PAYT" (sistema poluidor/pagador), as reações dividem-se: Há quem concorde e há quem conteste. Também há quem desconheça o novo modelo. O JN saiu à rua, obteve declarações, mas as pessoas optam por resguardar-se.
Helena Lopes insiste que o "PAYT" é "mais justo, na medida em que os cidadãos pagam apenas a tarifa dos resíduos que produzem".
Como nos outros concelhos sob a malha do SMAS (Serviços Municipalizados de Água e Saneamento), a fatura mantém as parcelas referentes à água e ao saneamento. No caso da Maia, a parte dos resíduos é tratada pela Maiambiente. É salvaguardado que continuam todos os requisitos, nomeadamente o acesso à fatura eletrónica, a periodicidade de faturação e a forma de pagamento.
Pontos de recolha
Início com 3500
Os pontos de recolha começaram por ser 3500, distribuídos pelas urbanizações na cidade da Maia, Gueifães, Vermoim, Vila Nova de Telha e Moreira, abrangendo 10 mil habitantes.
Passarão a ser 22 800
A proliferação dos pontos de recolha será progressiva. Até ao final do ano, Helena Lopes, da Maiambiente, prevê que se atinjam 22 800 clientes. Numa segunda fase, que incluirá os prédios, o número dilatará.