A Câmara da Maia vai ajudar algumas pessoas em situação de sem abrigo que, sem outra resposta social, fazem do Aeroporto Internacional do Porto casa.
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Aliás, fonte do Município confirmou ao JN que já em tempos a Autarquia “havia identificado duas pessoas e encontrado solução para os respetivos casos”. Mais de dez dias depois do JN ter denunciado que dezenas de pessoas dormem no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, nada mudou e os sem-abrigo continuam a viver em situação muito precária.
Contactada pelo JN, a autarquia maiata começou por esclarecer que “esta problemática é de âmbito metropolitano e, por isso mesmo, foi criado um grupo de trabalho na sede da Área Metropolitana do Porto para desenvolver uma estratégia concertada para responder a este desafio social”.
Já através dos gabinetes de Atendimento Integrado Local e dos serviços de Atendimento e Acompanhamento Social, o Município referiu que “encontrou solução para duas pessoas” que dormiam no aeroporto.
Paralelamente, com a Divisão de Segurança Aeroportuária e Controlo Fronteiriço do Comando da PSP, a Câmara da Maia explicou ao JN que já havia solicitado “apoio na identificação dos cidadãos na condição de sem-abrigo, que utilizam o Aeroporto Francisco Sá Carneiro como local de permanência ou pernoita, de modo a procurar uma resposta social direcionada e eficaz”.
Dessa informação, a Autarquia confirmou que foram sinalizadas “mais quatro pessoas que têm ligação ao concelho” e para quem vão “tentar encontrar o melhor apoio”. Aliás, para uma, o Município “já está a assegurar a renda de um quarto no mercado privado”. Os outros três “são casos mais complexos, que obriga a um trabalho individualizado e multidisciplinar”.
“Caso de saúde pública”
Quem ali trabalha teme que “um dia destes haja um caso sério de saúde pública”, salientando que isto acontece “num espaço onde diariamente passam milhares de pessoas”.
Num aeroporto que bateu recorde de passageiros em 2023, com mais de 15 milhões de utentes, e que tem estado consecutivamente entre os melhores do Mundo, há gente que está há vários meses a dormir nos vãos das escadas rolantes, com passadeira “à porta”.
O JN contactou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e a ANA - Aeroportos de Portugal, que não responderam.