<p>A Acuinova - o maior projecto mundial de aquicultura destinada à produção de pregado - vai ser inaugurada, este domingo, na Praia de Mira. Um investimento de 140 milhões de euros que dará emprego directo a 200 pessoas.</p>
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O empreendimento do grupo Pescanova, que levantou imensa polémica no concelho de Mira e na Galiza (um projecto semelhante foi recusado em Espanha) devido a alegados prejuízos ambientais, vai ser inaugurado pelo primeiro-ministro, José Sócrates, pelo comissário europeu das Pescas, Joe Borg, e pelos ministros da Economia, Manuel Pinho, e da Agricultura e Pescas, Jaime Silva.
A Acuinova, assegurou ao JN fonte da Pescanova, "vai produzir, para já, sete mil toneladas por ano de pregado, atingindo o pleno da sua capacidade em 2010, quando estiver concluída a segunda fase do projecto".
De acordo com a mesma fonte, "a maioria da sua produção será destinada à exportação, sobretudo para o mercado europeu".
"Para Portugal, este projecto representa, não só uma resposta às directivas da União Europeia em matéria de aquicultura, como também uma unidade de referência neste domínio em termos de dimensão e de desenvolvimento tecnológico", afirmam os promotores da unidade de Mira.
Ao JN, o vereador Miguel Grego, da Câmara Municipal de Mira, manifestou-se orgulhoso da obra e destacou o facto de ela representar "uma lição para todos os críticos do projecto".
"Do ponto de vista ambiental, está demonstrado que a Acuinova não prejudica rigorosamente nada. São mais os benefícios do que os prejuízos. Alguns fundamentalistas andaram a vender a ideia demagógica de que a obra seria uma catástrofe para o meio ambiente, que traria imensa poluição. É tudo mentira", afirma o autarca.
Miguel Grego garante que, "em Mira, a Acuinova é um projecto de unanimidade". E destaca o facto de a Pescanova estar a "honrar integralmente os seus compromissos: disse que faria tudo em três anos, e cumpriu; disse que respeitaria o ambiente, e está a respeitar; que criaria 200 postos de trabalho directos e 600 directos, e achamos que até vai superar isso; acordou que oferecia empregos preferencialmente aos munícipes de Mira, e até agora só empregou gente de cá no sector de produção".
Mas a satisfação do vereador socialista não se fica por aqui. O autarca salienta o facto do investimento da Pescanova ser âncora de outras empresas. E dá dois exemplos: "Amanhã [hoje] vamos inaugurar uma empresa espanhola de manutenção mecânica, que surge por causa a Aquinova. Há uma outra empresa, vocacionada para limpezas, de origem inglesa, que se vai fixar aqui também por causa da Pescanova. Portanto, Mira só teve a ganhar com a Aquinova".