Festas Antoninas em Vila Nova de Famalicão acabam na segunda-feira, mas o desfile das marchas é um dos pontos altos.
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"Veste! Já experimentaste as calças? E sapatos pretos, já tens?" - as perguntas em catadupa são de Manuela Sousa, da marcha da Casa do Povo de Ruivães, enquanto anda de um lado para o outro em busca das roupas para que cada um dos marchantes experimente. A dias das marchas, um dos ponto altos das festas Antoninas de Famalicão, os nervos de Manuela são visíveis. "Já disse que não me metia noutra mas se calhar fico com o bichinho e para o ano cá estamos", atira.
As Festas Antoninas começaram na passada quinta-feira e prolongam-se até segunda-feira. Encerram com um concerto de Diogo Piçarra, no Parque da Devesa, e contou com iniciativas culturais, desportivas, e também com uma componente religiosa.
Umas das noites mais esperadas é a de este domingo, quando cada uma das sete associações do concelho que se desafiaram a criar uma marcha desfilam pelas principais ruas da cidade mostrando o trabalho de meses até aos Paços do Concelho. E é aqui onde vão demonstrar a coreografia trabalhada.
Mais de 500 os marchantes que vão passar pelo palco, com a marcha da Casa do Povo de Ruivães a ser estreante nestas andanças. "Decidimos participar para dar a conhecer a Casa do Povo e também para tentarmos angariar dinheiro para realizarmos algumas obras", explicou David Brandão, um dos responsáveis pela marcha da Casa do Povo de Ruivães. David reconhece que todos os outros grupos já são participantes há vários anos, mas não se deixa intimidar. "O nosso prémio é participar", diz.
Este ano "Jornais de Vila Nova" foi o tema sobre o qual os grupos trabalharam. Um trabalho que não deixa nada ao acaso, desde a roupa, aos acessórios, aos cabelos passando pelos arcos e pela coreografia e, claro, pela letra e música. Por isso, à medida que a grande noite se aproxima, os ensaios tornam-se mais exigentes.
Mas António Carneiro, responsável pela letra, música e coreografia da marcha da Casa do Povo de Ruivães nunca deixa de lado a descontração e o bom humor. "Não tivemos muito tempo, mas os ensaios têm corrido bem, todos se portam bem", diz antes de mais um treino, já de olho nos marchantes que vão chegando.
Joana Silva é uma dos elementos da marcha. Participa pela primeira vez porque acha que as tradições devem ser incentivadas. "Foram só quatro meses mas já temos quase tudo na ponta dos pés. Se me enganar, sorrio", sublinha.