Carregados com 30 quilos, mais de mil bombeiros correram os 566 degraus do Bom Jesus, em Braga. Bombeira de Lisboa e operacional da Polónia venceram a prova.
Corpo do artigo
“É muito pior estar a combater um incêndio do que subir a correr escadas com o equipamento às costas”, disse este sábado ao JN Aurea Almeida, bombeira, no final da prova de resistência que, no recinto do Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, pôs mais de mil bombeiros a subir os 566 degraus do escadório que é Património da Humanidade.
O evento, organizado pela Associação Família de Elite e pelo ADN Eventos Desportivos, lançou, pela quarta vez, o desafio a bombeiros de todo o mundo para “subir em passo de corrida o mais rapidamente possível os 566 degraus de granito”.
O convite foi aceite por 1369 soldados da paz de Portugal, Espanha, Polónia, Ucrânia, Roménia, Alemanha, Brasil e Cabo Verde. Pela primeira vez, estiveram presentes representantes dos corpos de bombeiros de todos os distritos, Açores e Madeira, além de bombeiros da Força Aérea e dos Aeroportos de Lisboa, de Faro e do Porto.
“O objetivo é reunir os operacionais para conviver, para fazer uma competição saudável, permitindo aos bombeiros passarem um dia diferente com os amigos e com a família”, frisou um voluntário do evento que, juntamente com outros colegas, distribuiu mais de mil garrafas de água e peças de fruta.
Para além dos atletas e dos membros da corporação, muitas famílias foram assistir à prova. “Tenho um sobrinho bombeiro em Famalicão e viemos 15 pessoas apoiar o esforço dele”, referiu Conceição Coelho, residente na Trofa.
Numa manhã de muito calor, os participantes tiveram que subir 615 metros, quase sempre em escadas, em contrarrelógio, usando o equipamento completo de proteção individual de bombeiro composto por casaco de fogo, botas, calças, cogula, luvas, capacete e Aparelho Respiratório Circuito Aberto “ARICA”. Tudo isto, no menor tempo possível e sem ajuda. Ganhar não era o mais importante, mas para a história entraram os vencedores Rita Domingues, dos Sapadores de Lisboa, com 8,20 minutos, e Tomasz Zygmunt, da Polónia, com 5,39 minutos.
No exterior de um dos mais famosos templos bracarenses, realizou-se a 2ª Benção Nacional de Capacetes. “Se os motoqueiros têm uma benção para os capacetes deles, é muito importante ter uma para os nossos porque estamos sempre a lidar com o perigo”, disse Tiago Almeida, participante, pela primeira vez, na prova dos “bombeiros de elite”.
“Os ‘Escadórios da Humanidade’ já se impuseram, sendo uma das maiores provas mundiais e a principal do género na Europa”, refere a organização, em comunicado, salientando que a grande adesão de bombeiros obriga a constantes melhoramentos.