Chegaram a matadouro de Braga vindas de um aviário em Guimarães. Gerente garante que está tudo "direitinho".
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Mais de mil galinhas subnutridas enviadas para um matadouro em Braga fizeram soar o alerta relativamente às condições de um aviário em Barco, Guimarães. As autoridades deslocaram-se à exploração, na quarta-feira de manhã, onde já só encontraram cerca de 30 aves.
Segundo informação da GNR, "foi o estado de extrema magreza em que as aves chegaram que fez com que os responsáveis do matadouro fizessem a denúncia". Ontem, segundo a GNR, as aves ainda não tinham sido abatidas.
A guarda esteve na exploração com elementos da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária e encontraram aproximadamente 30 galinhas sem "sinais de magreza" e os comedouros com "alimento em quantidade suficiente".
Segundo a veterinária da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, Susana Pombo, será feita uma "nova visita à exploração para acompanhar a evolução da situação".
De acordo com a GNR, não foi encontrada matéria da sua competência.
Aviário nega acusações
Alguns vizinhos do aviário, alertaram que a empresa detentora da exploração estará a atravessar problemas financeiros, que os silos não são abastecidos de farelo há alguns dias e diariamente viam-se animais mortos a serem retirados da exploração.
Manuel Antunes, gerente dos Aviários Quinta do Outeiro, nega que a empresa esteja insolvente. "Esteve aqui a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária e a GNR e verificaram que está tudo direitinho", defende-se. O responsável assegura que todo o efetivo foi vendido para o matadouro, em finais de novembro. "Só ficaram aqui 12 a 15 galinhas", afirma.
Em plena produção, a empresa, constituída em 1970, podia albergar quase 106 mil galinhas poedeiras, nos seus cinco pavilhões e produzia mais de 25 milhões de ovos por ano. Segundo um relatório da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, constante num estudo de impacte ambiental, as galinhas estavam instaladas em "gaiolas melhoradas" que cumpriam "os requisitos de bem-estar animal".
No entanto, o gerente do aviário afirma que a produção está suspensa devido às dificuldades "geradas pela pandemia e agora pela guerra". Manuel Antunes alega que a empresa deverá voltar a operar, "mas com menos capacidade."