O Centro Nacional de Reprodução de Silves concluiu ontem a primeira fase de transferência de linces-ibéricos, recebendo dois espécimes de um total de 16 provenientes de centros de reprodução em cativeiro de Espanha.
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Os dois últimos linces a chegarem ao centro de Silves chamam-se Éon e Calabacin e tinham chegada prevista ao seu novo habitat para as 16:30, mas as carrinhas que os transportaram a partir de um dos centros homólogos de Espanha só entraram nas instalações quase uma hora depois.
Na última transferência de animais, esteve presente o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa. Os responsáveis pelo processo encaminharam-se para um dos 16 cercados preparados para acolher os animais e libertaram os dois linces, à noite e com pouca, a melhor forma para não provocar distúrbios aos animais.
"O processo de transferência correu bem. Não tivemos problemas com nenhum bicho, os únicos problemas foram alguns que não entraram na jaula quando queríamos, mas isso faz parte da natureza selvagem deles. E vamos ter na data que tínhamos planeado os 16 animais no centro", garantiu Rodrigo Serra, director do centro e um dos dois veterinários que integram a equipa de nove pessoas que trata dos linces.
Serra assegurou ainda que a adaptação dos 14 animais que já se encontravam no centro "parece que também está a correr bem", uma vez que "todos fazem o que os técnicos e tratadores precisam que eles façam, que é comer e ter comportamentos que são naturais desta espécie". O projecto, que agora completa a primeira fase, visa a futura reintrodução dos animais na natureza.
O centro de Silves é um espaço de mil metros quadrados situado na Herdade das Santinhas e está equipado com um sistema de vídeovigilância que permite aos técnicos acompanhar os linces 24 horas por dia.