Novos veículos do metro para o Porto serão os de maior capacidade de toda a frota. Sete portas laterais aumentam acessibilidade.
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Chegam no próximo ano, "sorridentes" e com mais lugares. Os 18 novos veículos que se juntarão à frota da Metro do Porto a partir de julho de 2022 terão capacidade para 252 pessoas, 64 das quais sentadas, e sete portas de cada lado. As novas composições apresentam "uma grande acessibilidade, favorecendo a fluidez e a facilidade de entrada e saída de passageiros", refere a empresa, que vê na iluminação frontal "um sorriso".
O desenho interior ainda não está completamente fechado, mas os bancos deverão permanecer com a configuração atual, não sendo laterais, como acontece em alguns veículos.
Em termos de velocidade, os CRRC Tram circularão a um máximo de 80 km/h, à semelhança dos Eurotram (os primeiros veículos da rede). Este aumento da frota surgiu como uma inevitabilidade perante a construção da Linha Rosa, no Porto, e o prolongamento da Linha Amarela até Vila d"Este, em Gaia. Mas os novos veículos poderão servir qualquer linha da rede.No entanto, e perante as suas "características mais urbanas", é expectável que circulem, maioritariamente, na Linha Amarela, na nova Linha Rosa e no tronco comum da rede, entre a Senhora da Hora, em Matosinhos, e o Estádio do Dragão, no Porto.
As novas composições são apresentadas como "a terceira geração", "o veículo 3.0 do metro", e serão predominantemente cinzentas, ainda que mantendo, com algumas linhas, o tradicional amarelo.
"totalmente amigável"
"O resultado é um veículo totalmente amigável e "sorridente", mantendo as cores cinzentas e o amarelo, com amplas áreas envidraçadas e acessibilidade total", refere a empresa.
"Trabalhámos a iluminação frontal e chegámos quase ao desenho de um sorriso, que foi possível compatibilizar com as exigências técnicas e regulamentares. Este metro vai ter uma presença amigável no território, cruzando-se com a vida da cidade", nota Joana Barros, arquiteta que coordenou a equipa de design dos novos veículos.
Com o aumento exponencial da procura - no metro, registou-se, entre finais de 2019 e inícios de 2020, perto de 300 mil validações por dia -, a empresa discutiu com a fabricante chinesa CRRC Tangshan a possibilidade de receber as composições mais cedo. Devido à pandemia, que provocou uma queda abrupta na utilização daquele transporte (atualmente, as validações diárias não ultrapassam as 180 mil), já não será preciso acelerar a entrega.
hospital de s. João
Entretanto, prosseguem as obras de ampliação e melhoria da rede. Para aumentar a frequência na Linha Amarela, com o prolongamento do traçado até Vila d"Este, a estação do Hospital de S. João está sem serviço até ao final do ano. Decorrem trabalhos para colocar agulha dupla, obrigatória para que a estação possa receber mais veículos em intervalos de tempo mais curtos. De acordo com fonte oficial da Metro, a empreitada decorre normalmente e prevê-se que em janeiro o serviço naquela estação seja retomado. A obra de construção de novas lojas Andante e cafetarias deve prolongar-se até março.
Segunda linha de Gaia e metrobus na Boavista estão em marcha
Previstas outras cinco ligações na futura expansão da rede. Matosinhos altera traçado.
Dos sete traçados que foram alvo de um estudo de viabilidade económica no âmbito da nova expansão da rede de metro do Porto, dois já deram os primeiros passos: a segunda linha de metro de Gaia, entre a Casa da Música, no Porto, e Santo Ovídio (que inclui uma nova ponte sobre o Douro); e o metrobus entre a Boavista e a Praça do Império, no Porto.
Os concursos para desenhar ambos os projetos, contemplados no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), já avançaram. O de metrobus foi lançado em julho num modelo de conceção-construção e o desenho da segunda linha de Gaia foi adjudicado no final de setembro.
O traçado até Gaia, que incluirá uma nova ponte sobre o Douro e que, além do metro, servirá para peões e mobilidade suave, está a cargo do consórcio constituído pela empresa espanhola Ayesa e a portuguesa Quadrante, num contrato de três milhões de euros. A obra de 299 milhões de euros deverá ser concretizada entre 2023 e 2025, aponta a Metro.
Já o metrobus entre a Boavista e a Praça do Império deverá começar a circular em 2023, através de um autocarro articulado a hidrogénio com uma frequência de 15 minutos e uma capacidade para transportar 4400 pessoas por hora e por sentido. O investimento, de 45 milhões de euros, será concretizado em 20 meses, afirmou o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, ao JN, em julho.
Matosinhos altera
Entre as restantes propostas para os vários municípios, Matosinhos alterou, entretanto, o traçado da Linha de São Mamede. O terminal de ligação ao Hospital de S. João mudou da Fonte do Cuco para a Senhora da Hora, poupando entre "40 e 60 milhões de euros", e retirando quase um quilómetro ao projeto inicial.
O Executivo aprovou, em junho, em reunião de Câmara, a alteração, com o voto contra do PSD. A decisão seria comunicada à Metro do Porto, para que se considerassem as alterações propostas na elaboração dos estudos geotécnicos e topográficos, tanto para aferição das condicionantes e viabilidade técnica, bem como o estudo de impacte ambiental.