Meia centena de pessoas manifestou-se, ontem à noite, contra o fecho do SAP de Paredes de Coura. Dinamizadora da vigília, Sandra Barros disse, ao JN, que na origem da tomada de posição esteve "o descontentamento da população".
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"Não me parece normal que o SAP seja encerrado sem as devidas contrapartidas. Este é um concelho com fracas acessibilidades e uma população envelhecida, não se podendo ver apenas o problema do ponto de vista dos números. Afinal, estamos a falar de algo essencial, que é a saúde".
Adília Montenegro, natural de Cossourado, disse que o fecho "deixou muitas pessoas chateadas. Precisamos da urgência aberta", enquanto Arminda Ribas, natural da vila, a tira: "dizem que vamos ter carros para nos assistir, mas uma pessoa não tem as mesmas condições. Por este andar, daqui a pouco não temos nada."
À margem da vigília manteve-se a Autarquia local, que optou, nesta fase, por seguir "a via do diálogo", segundo esclareceu o presidente da Câmara, Pereira Júnior.
De acordo com o autarca, o Município prossegue as negociações com a tutela, no sentido do cumprimento do estabelecido no protocolo firmado em 2007, com o Ministério da Saúde, acordo onde está contemplado o encerramento nocturno do SAP concelhio. "As urgências encerraram no passado dia 28. Porém, as contrapartidas prometidas pelo Governo não estão ainda todas asseguradas", assinalou, numa alusão a serviços que não foram criados. A saber: o funcionamento nocturno do centro de saúde com um enfermeiro, um técnico de saúde e um médico à chamada, além da criação, no concelho, de uma unidade de cuidados continuados.
O autarca deverá, depois de amanhã, reunir-se com o secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, para analisar a situação. Contudo, sublinhou: "Se o Governo não cumprir, reuniremos com a população para decidir, depois, o que fazer".