Um grupo de moradores e ambientalistas manifestaram-se, neste sábado, no Porto por uma cidade com mais jardins. O protesto decorreu precisamente junto a um antigo espaço verde na Rua de Costa Cabral, nas imediações do nó das Antas, agora ocupado pela construção de um empreendimento.
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"Eu ia a passar aqui a pé e vi um aviso". Foi assim, de surpresa, que vários moradores se aperceberam que o espaço verde do Largo da Cruz, à margem da Rua de Costa Cabral, no Porto tinha os dias contados. Apercebendo-se que no último trimestre de 2023, o jardim do Nó das Antas, que durante muitos anos frequentaram, iria ser substituído por uma urbanização com prédios de 13 andares, alertaram a associação ambientalista Campo Aberto.
Pelas 16 horas deste sábado, os manifestantes não eram muitos, mas faziam-se ouvir. Juntaram-se em frente ao antigo jardim, agora vedado pelos painéis da empreitada, para demonstrarem o desagrado da situação à Câmara do Porto. A Campo Aberto afirma que este era um processo que "constava na lista de compromissos urbanísticos assumidos pela Autarquia desde 2008 e, portanto, passíveis de indemnização em caso de recusa".
"O que nós queremos aqui é exprimir o descontentamento dos munícipes", sublinhou José Carlos Marques, dirigente da Campo Aberto. O ambientalista explicou que o jardim, resultante de um antigo horto, ficou desativado para ser um solo permeável e com árvores. E que mesmo não sendo formalmente municipal foi assumido pela cidade.
Apesar de saber que as obras não podem voltar atrás, os mnaifestantes fizeram questão de manifestar o seu desagrado. "Queremos uma boa qualidade de vida para os cidadãos, com os espaços verdes que sempre tivemos, promovendo a biodiversidade", argumentaram.
A manifestação promovida pelo Campo Verde no Dia Nacional dos Jardins contou com o apoio de associações como a MUBI e o Clube UNESCO da cidade do Porto, que marcaram presença no local.