A colisão frontal entre duas viaturas verificada este sábadono Itinerário Complementar (IC) 1, no concelho de Ourique, pode ter sido provocada por "uma ultrapassagem", pois, aconteceu "numa reta", após "uma curva ligeira", admitiu um oficial da GNR.
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Contactado pela agência Lusa, o alferes Nuno Afonso, comandante do Destacamento de Trânsito de Beja da GNR, disse ser "ainda um pouco prematuro adiantar as causas" do acidente, mas explicou que os dois veículos ficaram "numa só via" do IC1.
"Foi um embate frontal. Como estão os dois [veículos] numa só via de trânsito, alguém teve que sair de mão, possivelmente" devido a "uma manobra de ultrapassagem", admitiu.
E, como naquela zona da estrada, "há uma linha contínua" num sentido e "outra descontínua" na via contrária, o mesmo oficial da GNR disse ser possível que um dos condutores tenha desrespeitado ali alguma linha contínua".
Ainda assim, as causas do acidente, ainda vão ser averiguadas pelo Núcleo de Investigação de Crimes com Acidentes de Viação (NICAV) da GNR.
O sinistro, em que morreram sete pessoas e mais uma ficou gravemente ferida, aconteceu perto do quilómetro 678 do IC1, na zona de Aldeia de Palheiros, concelho de Ourique, tendo o alerta sido dado por volta das 13.50 horas.
Em sensivelmente 24 horas, morreram em acidentes de viação no concelho de Ourique, mais precisamente no IC1, nove pessoas, pois, já na sexta-feira à tarde aconteceu outra colisão frontal entre dois automóveis que causou dois mortos, bem como dois feridos.
O comandante do Destacamento de Trânsito explicou à Lusa que o acidente de hoje deu-se a "sete quilómetros, mais para sul", da colisão ocorrida na sexta-feira.
"Infelizmente, ontem (sexta-feira) já registámos uma situação semelhante a esta. Não posso dizer que seja normal, porque andamos aqui a policiar esta via diariamente e deparamo-nos com estes infortúnios, nem podemos dizer que registamos muitos acidentes" no IC1, "porque não corresponde à verdade", disse.
A colisão frontal de hoje, referiu, ocorreu "numa reta, a seguir a uma curva ligeira", numa zona em que "não há obstáculos na via", a qual está "bem sinalizada e pavimentada".
"Aquela fatalidade deu-se do nada. Não conseguimos atribuir uma causa justificável", frisou, alertando, contudo, para a "necessidade de uma boa condução cívica por parte das pessoas", de modo a evitar este tipo de situações.
Questionado sobre se o elevado número de vítimas mortais e de feridos em acidentes de viação no IC1, na zona de Ourique, nas últimas 24 horas, poderá dever-se a maior tráfego na via, com condutores a "fugirem" da Autoestrada do Sul (A2), o alferes Nuno Afonso rejeitou a hipótese.
"Registamos um aumento do tráfego [no IC1], mas também na autoestrada", disse, insistindo: "Não há explicações para estas fatalidades. Uma colisão frontal é um carro que se mete à frente de outro", pelo que "nunca se pode atribuir culpas à via".