A Autoridade Marítima Nacional (AMN) rejeitou esta sexta-feira as acusações dos Bombeiros Voluntários do Concelho de Espinho (BVCE) sobre falta de meios para socorro balnear, afirmando ter veículos de apoio em manutenção e que não há motivo para preocupações.
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A entidade que tutela o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) reage assim ao comunicado em que a corporação de Espinho informou ter cessado a sua atividade de socorro e salvamento nas praias pelo facto de esse organismo não lhe ter disponibilizado os meios técnicos necessários para o efeito, sendo a crítica mais recente à ausência da moto 4x4 que, só em 2017, terá intervindo em 24 salvamentos nas praias do concelho.
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"A AMN tem cedido muitos equipamentos a outras instituições mediante a celebração de protocolos e esta situação, pelo volume em questão, tem exigido um considerável esforço no sentido da sua necessária manutenção e reparação. Muitos destes meios são recolhidos todos os anos pelo ISN para serem reparados ou devidamente mantidos e a moto4 em questão está precisamente a ser alvo de manutenção", assinalou hoje fonte oficial da Marinha.
Quanto ao argumento dos BVCE de que a corporação se vem "substituindo ao longo dos anos à incapacidade operacional do ISN", investindo em equipamento próprio para evitar depender de meios de salvamento cujos recursos mais próximos se encontram em Leixões (a 32 quilómetros de distância), a Marinha diz que a afirmação "é totalmente falsa".
"A responsabilidade pela coordenação da busca e salvamento na orla costeira é do respetivo capitão do porto onde ocorre o acidente", explicou.
No caso concreto das zonas próximas de Espinho, "estão disponíveis meios de salvamento da Estação Salva-Vidas do Douro, uma viatura de todo-o-terreno do ISN com nadadores-salvadores, uma moto de água nos Bombeiros Voluntários da Aguda e outra nos Voluntários de Esmoriz", acrescentou.
Segundo a AMN, "a partir de 15 de junho e até 15 de setembro, a Marinha irá ainda disponibilizar para patrulha apeada 40 militares com curso de nadadores-salvadores e de oxigenoterapia, completando todo o dispositivo de reforço previsto para esta época balnear.
"Portanto, é incorreto afirmar que os meios de salvamento balnear mais próximos de Espinho se encontram em Leixões", frisou.
No mesmo contexto, a entidade que tutela o ISN realça que, nas zonas de banhos, "cabe aos concessionários garantir que no período da época balnear as praias são devidamente vigiadas por nadadores-salvadores e dispõem de todo o equipamento previsto na lei".
Isso não invalida, contudo, que AMN e Marinha reforcem esse dispositivo "com meios humanos e materiais nas praias não vigiadas em permanência".
Além disso, "existem entidades protocoladas que reforçam o dispositivo com meios humanos a elas pertencentes e meios materiais disponibilizados pelo ISN", como acontece, aliás, com as corporações de bombeiros, cuja "excelente relação" com as capitanias "resulta numa sinergia e complementaridade de meios com o objetivo final de garantir uma rápida e eficaz resposta aos acidentes na orla marítima".
Por tudo isso, a AMN afirma que, "a nível nacional e em particular na área de Espinho, o dispositivo de reforço para a atual época balnear se encontra operacional" e não existe "qualquer motivo para preocupação por parte dos veraneantes", o que não os isenta da "adoção de um comportamento defensivo, aplicando as boas práticas e respeitando a sinalização das praias e arribas, assim como as indicações dos nadadores-salvadores e respetivas autoridades".