Em Matosinhos, os pedidos de habitação municipal têm aumentado gradualmente ao longo dos últimos anos. No total, há 1798 candidaturas ativas, um número que foi apresentado nesta quarta-feira, em reunião de Câmara. De maio a outubro deste ano registou-se uma média de cerca de 40 pedidos por mês.
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Entre maio e outubro deste ano, a Câmara de Matosinhos recebeu uma média de quase 40 pedidos de habitação municipal por mês. No total, há 1798 candidaturas ativas, “um número que, infelizmente, tem vindo a subir gradualmente”, aponta o vice-presidente da Autarquia, Carlos Mouta, lembrando que, em 2019, quando foi aprovada a Estratégia Local de Habitação de Matosinhos, havia entre 800 e 900 agregados à espera de casa no concelho.
Do total de 1798 pedidos ativos, 77 foram efetuados entre setembro e outubro. De maio a junho deram entrada 85 e nos dois meses seguintes registaram-se 73. “Não há uma subida exponencial, mas tem havido um crescimento gradual, espelho da realidade da habitação no país, que é uma problemática transversal e mais agudizada nos grandes centros urbanos, fruto do aumento da cobrança de rendas pelos senhorios e das taxas de juro da habitação”, explica ao JN o autarca de Matosinhos.
“Tem sido um aumento ao longo dos anos. Quando fizemos a estratégia local, tínhamos 800 a 900 pessoas na lista, e esta lista tem vindo a crescer”, aponta o vice-presidente da Câmara. “Famílias monoparentais com filhos dependentes a cargo, situações de violência doméstica e idosos em isolamento” são alguns dos casos que figuram entre os pedidos para habitação. “Começamos a ter pessoas, embora em número residual, de residentes noutros países que chegam a Portugal para trabalhar e que não conseguem, nos primeiros meses, encontrar habitação e, também, trabalhadores da classe média, com salário mínimo ou valores próximos disso, que têm dificuldades, face ao aumento das taxas de juro e das rendas, de trabalhar e residir em Matosinhos”, especifica Carlos Mouta, salientando que, neste concelho, “o preço por metro quadrado é elevado”.
Entre os pedidos de habitação municipal constam casos de agregados que não reúnem os requisitos necessários para serem elegíveis para a atribuição deste apoio social, mas estas candidaturas não são excluídas. Tal como as restantes, são pontuadas e permanecem em lista de espera, o que poderá ajudar a explicar o aumento. Para estas situações – explica o vice-presidente da Câmara – existe o apoio ao arrendamento. “Apoiamos perto de 800 agregados familiares, com um apoio à renda que pode ir até 150 euros, com uma majoração de 10% para os jovens. Que podem, inclusive, somar-lhe o apoio ao arrendamento do Governo, até 200 euros, o que dá um apoio que pode ir até aos 350 euros”, indica o autarca.
Entretanto, o município prevê “construir mais de 500 habitações novas”, no âmbito do PRR, o que, como sublinha Carlos Mouta, “vai ajudar muito, dentro de dois a três anos, a colmatar estas dificuldades na habitação”. Segundo o autarca, o processo está “em fase de projeto e de lançamento das obras, que terão de estar concluídas até 2026”.