<p>A chuva intensa e o vento forte das últimas semanas destruíram estufas e apodreceram culturas de batatas e hortícolas na Vagueira. Associação de Lavoura e dezenas de agricultores reclamam ajuda ao Ministério da Agricultura para os prejuízos. </p>
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As intempéries que nas últimas duas semanas assolaram o país destruíram "os cultivos a dezenas de agricultores da Vagueira", que agora enfrentam "sérias dificuldades", denunciou, ontem, a Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA). Segundo Albino Silva, presidente daquela organização, "a batata e os hortícolas foram os produtos mais afectados".
"Estamos preocupados e esperamos que os nossos governantes, especialmente o Ministério da Agricultura, venham ao terreno ver as dificuldades com que os agricultores se debatem", disse Albino Silva, durante uma visita a uma quinta na Vagueira.
A ALDA vai pedir uma reunião à Direcção Regional de Agricultura, para "colocar estas questões e outras relacionadas com os problemas das marinas da região, uma vez que o avanço da água salgada também tem destruído culturas no distrito". Até agora, "não tem havido respostas para acudir aos problemas gravíssimos com que os agricultores do distrito de Aveiro se debatem. Queremos apoios como as restantes zonas afectadas porque Aveiro também é Portugal", reclama o dirigente.
Milhares de euros de prejuízo
Silvino Corticeiro foi dos agricultores da Vagueira mais afectados pela chuva intensa e forte vento que varreu o país. Tinha três hectares cultivados com batata e várias estufas, que ficaram destruídos. "As batatas já estavam a começar a furar a terra e ficaram todas podres. Também tinha nove estufas com morangos, alfaces e nabos que, no sábado, ficaram arruinadas pelo vento forte. Acho que só consigo recuperar duas estufas. Parece que se formou uma espécie de tufão e destruiu tudo aqui na Vagueira".
Os plásticos foram rasgados e as estruturas de suporte das estufas destruídas, originando um prejuízo que "rondará os 11 500 euros", calcula Silvino Corticeiro, que espera "ajuda para tentar recuperar as estufas". Sobre os prejuízos das colheitas, o agricultor não consegue fazer contas. "As alfaces, os nabos e os morangos estão a ficar todos queimados, porque já não estão protegidos, e as batatas apodreceram todas. Não sei quanto perdi nem sei como vou fazer agora se não tiver ajuda porque não há seguro para estas coisas", lamenta.
Já no ano passado, os agricultores de Vagos solicitaram auxílio ao Governo. Na ocasião, o baixo preço pago aos agricultores pela batata levou muitos a não retirarem os tubérculos da terra, uma vez que "o preço nem sequer dava para pagar a mão-de-obra necessária", relembra Silvino.