A conclusão das obras da da Torre da Alfândega, icónico monumento no centro de Guimarães onde se lê “Aqui Nasceu Portugal”, já foi adiada duas vezes.
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O executivo municipal aprovou, esta quinta-feira, a prorrogação por mais 90 dias da requalificação da torre que resta da muralha medieval. O adiamento, a título “gracioso”, foi concedido a pedido da construtora F.M. Magalhães, invocando as condições meteorológicas verificadas nos meses de setembro, outubro e novembro e ainda “a execução de trabalhos não previstos”.
Esta é a segunda vez que o prazo para a conclusão da empreitada é prolongado, tendo a primeira ocorrido a 14 de setembro. Nessa altura, a construtora invocou “dificuldades e constrangimentos” ao nível da montagem da grua, de mão-de-obra e de inflação, para justificar atrasos alheios à sua responsabilidade e pedir uma prorrogação de 120 dias.
A Autarquia reconhece que o ano de 2023 teve o setembro mais chuvoso desde 2000 e o quarto outubro com mais pluviosidade, desde 1931. “Reconhece-se que as condições meteorológicas e a natureza e especificidade dos trabalhos de consolidação estrutural condicionaram o cumprimento dos rendimentos previstos para a execução das tarefas pelo que, deve ser concedida a prorrogação de prazo solicitada”, lê-se na proposta que foi aprovada por unanimidade na reunião de Câmara desta quinta-feira.
Adjudicada a 21 de abril de 2022, por 1,4 milhões de euros mais IVA, a obra de requalificação da Torre da Alfândega começou a ser executada a 19 de setembro de 2022 e devia ter ficado concluída um ano depois. A obra inclui a demolição de uma estrutura que tinha sido construída pelos proprietários anteriores da estrutura e a instalação de uma caixa de escadas em ferro que dará acesso a um terraço, de onde será possível ter uma vista privilegiada sobre a cidade. Está também prevista a instalação de um elevador panorâmico para permitir o acesso a pessoas com mobilidade reduzida.
Processo arrancou em 2016
A última torre ainda de pé, das seis que pontuavam a muralha medieval de Guimarães, tem sido notícia desde 2016, quando se soube que o Município não tinha exercido o direito de opção para a aquisição do imóvel. A Câmara Municipal acabou por adquirir o imóvel à imobiliária Marvalu, por 75 mil euros, com o objetivo de o ver o ter recuperado para ser inaugurado no dia 24 de junho de 2021.