A manutenção do Carnaval como "a maior festa do concelho" é o objetivo do corso da Mealhada, evento que representa um investimento de cem mil euros e que deverá atrair mais de dez mil pessoas.
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O investimento da Associação do Carnaval da Bairrada (ACB) é inferior em 30% ao esforço feito em 2015, por força da redução de 84 mil para 60 mil euros do subsídio atribuído pelo município da Mealhada, mas os organizadores acreditam que a festa manterá o impacto habitual.
"Está tudo preparado para que o Carnaval tenha o sucesso habitual. Tivemos de talhar o fato à medida do cliente", disse à agência Lusa o secretário da ACB, Nuno Castela Canilho.
Para fazer face à descida do subsídio, a ACB optou por reduzir a animação noturna nos dias do desfile, mantendo as iniciativas tradicionais que distinguem o carnaval luso-brasileiro da Mealhada.
Por outro lado, a ACB acredita que o Governo irá declarar tolerância de ponto para a terça-feira de Carnaval, o que permitirá atrair visitantes de outros concelhos, sobretudo da Bairrada.
O mau tempo permanece como a grande ameaça ao sucesso do Carnaval, mas o presidente da Câmara da Mealhada, Rui Marqueiro, já veio publicamente assegurar que a autarquia está pronta, "dentro de alguns limites", a agir como um seguro, ajudando a ACB a suportar um eventual prejuízo do evento devido às condições climatéricas que levem à ausência de público.
A garantia foi dada depois de a ACB ter reagido com desagrado ao corte do subsídio, sobretudo depois da edição do ano passado ter dado um lucro a rondar os 40 mil euros.
"Seria pedir problemas com o Tribunal de Contas manter um donativo a uma associação sem fins lucrativos para um evento lucrativo", justificou Rui Marqueiro.
O autarca assegura que a autarquia cobrirá a diferença de 24 mil euros entre os dois subsídios se o desfile vier a ser afetado de forma grave pelo mau tempo ou por qualquer outro incidente que contribua para uma reduzida afluência de público.
"Cá estaremos para ajudar a resolver o problema, que todos esperamos que não venha a existir", garante Marqueiro.
A edição deste ano arranca já no dia 30, com o "Desfile Trapalhão", que decorrerá na baixa da Mealhada e que "servirá de aperitivo" para os dias de folia.
A 7 de fevereiro, um domingo, o corso carnavalesco sai à rua no circuito da zona desportiva, tendo como principal atração as quatro escolas de samba inspiradas nas congéneres do Rio de Janeiro: Mangueira, Batuque, Amigos da Tijuca e Real Imperatriz.
A novidade deste ano é a presença, no dia 07, de um grupo de bailarinas chinesas, composto por estudantes da Universidade de Coimbra.
O desfile, que envolve entre 750 a mil pessoas, repete na terça-feira de Carnaval, agrupando escolas de samba, entidades recreativas e espontâneos.
O preço dos bilhetes foi fixado em cinco euros, mas quem quiser assistir sentado ao desfile terá de pagar mais dois euros por lugar em banco corrido ou três euros por cadeiras individuais.
Por revelar está ainda o nome do Rei do Carnaval. Depois de anos a apostar em atores das telenovelas brasileiras, a Mealhada optou em 2015 por escolher como rei o leitão à moda da Bairrada, que poderá voltar a usar a coroa este ano.
Não está afastada, no entanto, a hipótese de a escolha vir a recair noutro produto da Bairrada como o vinho, ou até numa das belezas naturais do concelho, como o Luso ou o Buçaco.
"O nosso objetivo é projetar os tesouros da Mealhada e manter o Carnaval como a maior festa do concelho", resume Nuno Castela Canilho.