O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), que agrega os hospitais de Penafiel e de Amarante, tem estado no centro das atenções devido ao aumento exponencial do número de casos de covid-19 na região do Vale do Sousa.
Corpo do artigo
Na sexta-feira, responsáveis das Secções do Norte das Ordens dos Médicos e Enfermeiros visitaram a unidade de Penafiel, para se inteirar da situação do hospital, que serve 5% da população nacional e concentra 10% dos internamentos por covid do país.
Após reunião com a Administração, o presidente da Secção Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros (SRNOE) reafirmou a pressão sentida no hospital, assim como a falta de pessoal, problemas aos quais os gestores estão a procurar dar resposta. "Percebemos que continuam pressionados, mas abriram mais 65 camas para internamento de doentes covid no hospital de Amarante e estão a aumentar o espaço físico da Urgência com 22 contentores para o serviço e mais 15 no ambulatório", explicou João Paulo Carvalho.
12983008
Segundo este responsável, a "grande lacuna" no CHTS - que tem atualmente 40% das camas disponíveis ocupadas por 187 doentes com covid - prende-se com a gestão da rede de hospitais disponíveis para acolher doentes, gestão esta à qual a Administração Regional de Saúde (ARS) "não está a dar resposta". "Vamos pressionar a ARS para que defina um plano para transferir os doentes para instituições do setor privado ou social", garantiu. "É ainda essencial que a ARS atue ao nível da drenagem dos doentes das Urgências do hospital e tenham uma forma rápida, em articulação com o INEM, para desviar doentes para unidades com menos afluência", finalizou.
"Mais coordenação"
Também a Secção do Norte da Ordem dos Médicos visitou ontem o hospital de Penafiel e manifestou a sua "preocupação" pela situação "difícil".
"O CHTS, já numa situação normal, está subdimensionado para a população que serve, mas a pandemia agudizou essa insuficiência. Tem tido uma afluência enorme", afirmou à Lusa o presidente António Araújo.
O representante da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos criticou o Ministério da Saúde por "ter demorado a agir", assim como os contratos de quatro meses celebrados com os profissionais em tempos de pandemia e exigiu "melhor coordenação" dentro do Serviço Nacional de Saúde para a transferência de doentes e partilha de recursos entre hospitais públicos e unidades privadas.